Opinião
Orçamento financeiro familiar: mantenha as contas em dia e saia do aperto
Saiba como ter uma vida financeira mais estável e viver financeiramente bem, mesmo com a sua realidade atual.
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Por
Uila LimaA maioria dos brasileiros está endividada. Os números falam por si: em abril deste ano, cerca de 78,3% das famílias brasileiras estão com dívidas (em atraso ou não). Quase igual é a taxa de abril do ano passado, que foi de 77,7%. Outro fato é que, do total dessas famílias endividadas, mais de 80% são com cartão de crédito. E esse pode ser seu caso, que está lendo este texto.
Essas famílias não saíram do vermelho de um ano para cá. Afinal, como sair dessa situação e conseguir viver bem financeiramente e até mesmo ser rico com essa realidade atual? Primeiramente, se for o caso, converse com sua esposa ou seu esposo sobre as finanças. É fundamental esse entendimento dos dois lados para seguirem as decisões a serem tomadas.
Além disso, comece observando onde você recebe seu dinheiro. Não deixe ele parado em uma conta corrente que não rende nada. Dinheiro parado em uma conta que não rende é dinheiro perdido e desvalorizado. Não faz sentido a inflação subir todo mês e o seu dinheiro não acompanhar esse ritmo. Se a inflação foi 5% ao ano, o seu dinheiro tem que render disso para cima. Por isso a poupança, hoje em dia, não é mais aconselhada, porque ela rende menos que a inflação. Procure contas que rendam no mínimo 100% do CDI ou a taxa Selic (ambas aproximadamente em 13,7%). Existem contas digitais nas quais você pode ter acesso ao dinheiro todo dia, ao mesmo tempo em que ele rende. Esse lucro pode parecer bem pouco a curto prazo, mas a longo prazo será bem vantajoso.
Faça um balanço das suas dívidas mensais fixas e as atrasadas. Tente encaixar suas dívidas mensais (financiamento, condomínio, luz, internet, alimentação, transporte, academia, escola do filho e afins) em até 75% do seu salário; 10% para lazer; 10% para limpar o nome e 5% para investir.
Lute para quitar suas dívidas e limpar seu nome. Imagine uma família que tem R$ 12.000 de dívidas em cartões e empréstimos. Olhando assim parece assustador. À vista ficaria em R$ 8.000, por exemplo. Se tiver o valor sobrando, beleza. Se não, vai pagando com o que puder. Se no final do mês você deixar ou fazer R$ 400 livre, você quitará em dois anos e meio. Agora imagine se você conseguir mais R$ 140. Pagando R$ 540, você quitará a dívida em um ano e dez meses. Que maravilha você ter sua independência financeira e nome limpo em menos de dois anos!
Agora lembra daqueles 5% para investir? O recomendado seria mais que isso, mas sabendo da realidade do brasileiro, na qual já sabemos que é muito difícil sobrar algo, fiz essa estimativa por baixo. Em um salário de R$ 2.000, você separaria R$ 100 para deixar guardado em uma reserva (de preferência a taxa Selic de hoje), ou pega uma parte dele e investe em você, pagando um curso ou um livro. Essa reserva, daqui a um ano, pode até mesmo ser usada para dar uma amortizada na bola de neve que você está pagando todo mês, fazer aquela viagem tão sonhada ou até mesmo dar uma entrada num veículo.
Uila Lima é professor de Matemática, especializado em Matemática Aplicada e MBA em Gestão Financeira.
*Este espaço é plural e tem o objetivo de garantir a difusão de ideias e pensamentos. Os artigos publicados neste ambiente buscam fomentar a liberdade de expressão e livre manifestação do autor(a), no entanto, não necessariamente representam a opinião do Destaque1.
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