Após HGC voltar a atender emergência por demanda espontânea, vereadores reiteram críticas à regulação estadual

Durante a 11ª sessão ordinária do primeiro período legislativo da Câmara Municipal, nesta quinta-feira (2), a vereadora Professora Angélica (Progressistas), o vereador e ex-secretário de Saúde Elias Natan (PSDB) e o presidente da Casa, Flávio Matos (União), criticaram como se deu a abertura do Hospital Geral de Camaçari (HGC) para atendimentos de emergência por demanda espontânea. Matos afirmou que a medida foi tomada de forma “sorrateira, na calada da noite”.

Flávio Matos, presidente da Câmara. Foto: Patrick Abreu/Destaque1

Em pronunciamento, Flávio Matos também se manifestou contra a publicação feita em rede social do vereador Tagner Cerqueira (PT), que afirma que o HGC sempre esteve funcionando e que o presidente seria um “propagador de fake news“.

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“Não vale a pena tudo para agradar o chefe, senhoras e senhores que são líderes do projeto da mentira”, diz o presidente em menção ao pré-candidato a prefeito de oposição, Luiz Caetano (PT). “Isso é um absurdo! Isso é um negócio que manchou um jovem, um jovem que poderia ter uma carreira pela frente, tá com uma ‘peste’ de um mentiroso na cidade, isso é um absurdo. E não é culpa dele não, vou defendê-lo, faz isso porque o chefe manda”, crava o político.

Assista ao pronunciamento:

Em vídeo divulgado no domingo (28), Matos se dirigiu ao HGC e afirmou que, depois de quatro anos, o sistema de regulação teria acabado e as portas estariam abertas para atendimentos de emergência em demanda espontânea. Em pronunciamento, o presidente afirma que já recebeu denúncias de que o hospital ainda rejeita atendimentos.

Professora Angélica, vereadora. Foto: Patrick Abreu/Destaque1

Na ocasião, a vereadora Angélica destacou que, quando esteve na unidade médica, questionou aos funcionários em que momento o hospital teria aberto as portas para a emergência, e afirma que obteve uma resposta diferente de cada um. De acordo com a parlamentar, eles “esqueceram de combinar a data”, e a recepcionista teria dito que a informação não teria sido divulgada para “não encher o hospital”. “Estão brincando com a vida do povo? É isso que está acontecendo?”, indaga a vereadora.

Veja o momento:

“Estão atendendo ou fazendo de conta que estão atendendo? […] Está na hora de a gente acordar, a gente não está brincando aqui com sigla, não estamos falando de sigla, nem que é vermelho, nem azul. Estamos falando de vidas, é a vida de nosso povo que está em jogo!”, brada Angélica.

Na oportunidade, a vereadora ainda afirmou que o Governo do Estado tem alegado que a sobrecarga do hospital se dá pela negligência do governo municipal. “Hoje a gente vai dizer que nossa UPA está 100%? Não, não está 100%, mas está superlotada, porque o Geral está fazendo de conta que está atendendo o povo, sem atender. A regulação está fazendo de conta que está regulando, sem regular”, crava a parlamentar. Conforme dados da Secretaria de Saúde de Camaçari (Sesau), atualmente, 43 pessoas aguardam por regulação nas UPAs e PAs do município.

Em nota divulgada na última quinta-feira (25), a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) alegou que a sobrecarga no HGC é resultado da negligência da gestão municipal, uma vez que 46% dos atendimentos são de baixa complexidade e “deveriam ser resolvidos em Unidades Básicas de Saúde (UBS) municipais e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs)”. A pasta ainda afirmou que 64% dos atendimentos eram por demanda espontânea, por conta da “oferta reduzida de serviços de saúde” pela rede básica. A nota pode ser conferida na íntegra por meio deste link [acesse aqui].

Elias Natan, vereador. Foto: Patrick Abreu/Destaque1

O vereador e ex-secretário de Saúde Elias Natan (PSDB) também usou a tribuna para reiterar a fala de Angélica a respeito do “desencontro de informações” sobre a data de abertura do HGC às demandas espontâneas.

De acordo com Natan, que estava à frente da Sesau no período que o Governo do Estado instalou o sistema de regulação no HGC, a decisão foi tomada sem nenhum tipo de diálogo com o município. O ex-secretário classifica a regulação como uma mudança “abrupta de modelo de assistência” e questiona o porquê de a abertura não ter sido divulgada.

Assista: