Política
“Voto impresso é volta à época dos dinossauros”, critica Lula
O projeto para retorno do voto impresso está em tramitação na Câmara dos Deputados.
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Camila São JoséO ex-presidente e pré-candidato à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), voltou a criticar a proposta para a volta do voto impresso nas eleições brasileiras. A PEC 135/2019 está em tramitação na Câmara dos Deputados. O projeto foi apresentado pela deputada Bia Kicis (PSL-DF) e é defendido pelos parlamentares bolsonaristas, além do próprio presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
“O voto impresso é voltar à época dos dinossauros”, criticou Lula nesta terça-feira (6) em entrevista ao programa Ligação Direta, da Rádio Salvador FM. “Se fosse possível roubar com o voto eletrônico, eu teria sido presidente da República nesse país? Eu teria ganho duas eleições? A Dilma teria ganho duas eleições? O Haddad, depois da campanha de ataque ao PT, teria tido 47 milhões de votos? Eu acho que não”, questionou.
Lula destacou que era contra o voto eletrônico no início da sua carreira política, e afirmou que “eu fiquei favorável ao voto eletrônico porque ele é que permitiu pela primeira vez que um metalúrgico chegasse à Presidência da República desse país. Ele permitiu que pela primeira vez uma mulher que tinha sido presa política fosse presidenta desse país. Então, por que eu vou duvidar? Esse voto é muito mais limpo do que o voto no papel. A gente não deve mexer no que funciona, até hoje não tem uma única prova de roubo em voto eletrônico”.
“A única eleição que foi roubada foi a dele [Jair Bolsonaro], porque foi feita na base de fake news, na quantidade de mentiras, porque ele não participou de nenhum debate”, disparou.
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, em sessão sobre o tema no Senado Federal nesta segunda-feira (5), alertou sobre os riscos de fraudes e judicialização da eleição de 2022 com a volta do voto impresso. Barroso reforçou que nunca foi registrada qualquer fraude nas urnas eletrônicas, desde a sua implantação, há 25 anos. “A urna brasileira é auditável dez vezes, é um engano acreditar que o voto impresso seja a única forma de auditoria. O sistema é bem auditável. O voto impresso vai nos criar um problema, que é a manipulação dos votos”, disse aos senadores.
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