Política
Olívia Santana lança livro ‘Mulher Preta na Política’ em Brasília no próximo sábado
Lançamento também ocorrerá em Salvador, em 25 de julho.
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Agência BrasilA deputada estadual Olívia Santana (PCdoB-BA), de 56 anos, lança no próximo sábado (8), no Festival Latinidades, em Brasília, o seu primeiro livro: “Mulher Preta na Política”, pela editora Malê. O evento acontece no anexo do Museu Nacional, e o festival conta com o apoio da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
O livro aborda, a partir de experiências pessoais e de pesquisa, as dificuldades pelas quais mulheres pretas passam para chegar e se estabelecer em cargos eletivos. Segundo a autora, o livro tem elementos de autobiografia, mas também dialoga com experiências de outras mulheres negras que se candidataram para o Executivo ou para o Legislativo. “Eu cito, inclusive, as situações de violência política que a gente vive”, disse em entrevista à Agência Brasil.
A deputada, que tem mais de 35 anos de trajetória nas lutas sociais, chegou ao segundo mandato, com 92.559 votos, nas eleições de 2022. A primeira vitória para a deputada contou com 57.755 votos.
“Eu sou a única deputada preta da Assembleia Legislativa no estado mais negro do Brasil”, afirmou a parlamentar. “A população negra é maioria neste país, e, mesmo assim, a gente não tem a presença refletida adequadamente nos espaços de poder”.
O livro será lançado também no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, no dia 15 de julho, e na Casa Mulher com a Palavra, no Instituto Goethe, em Salvador, em 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha.
De faxineira a deputada
A deputada, que é professora e pedagoga, trabalhou, antes de chegar ao ensino superior, como faxineira e merendeira de uma escola. Encantada com o que via em uma sala de aula, resolveu estudar para ser docente.
Foi com dificuldades que fez o curso de pedagogia na Universidade Federal da Bahia, ao mesmo tempo em que trabalhava na faxina. “Imaginem o que faz uma universidade na cabeça de uma faxineira, favelada e inquieta”, escreveu na introdução do livro.
Minoria
Ela lamenta que, dos 63 deputados da Assembleia Legislativa da Bahia, por exemplo, as mulheres continuem sendo minoria. “Em 2018, nós éramos dez mulheres, e eu era a única mulher preta. Agora, só oito mulheres foram eleitas, apesar de não ter as mesmas ferramentas que os meus colegas homens tinham para fazer a campanha”.
Mesmo com mandato, ela percebeu momentos em que era preterida. “A gente sabe quando o racismo e o machismo se articulam para deixar a gente de fora, ou para a gente ter menos garantia de emendas parlamentares”.
Além disso, ela identifica que o racismo se apresenta em diferentes faces. A parlamentar recorda, inclusive, episódios em que eleitores estranhavam o fato de ela ser candidata ou parlamentar. “Nós somos tão poucas nos espaços de poder, historicamente associados a homens brancos. Essa construção serve também como um paredão para nos isolar desses espaços e formatar um imaginário coletivo”.
Olívia Santana foi secretária de Educação e Cultura de Salvador, e pelo Estado da Bahia atuou nas secretarias de Política para Mulheres e de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte.
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