Janeiro Branco: psiquiatra comenta sobre pilares e importância da saúde mental

Quase um bilhão de pessoas vive com algum transtorno mental no mundo. Essa afirmação foi feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS), segundo dados publicados no segundo semestre de 2022. O debate acerca da saúde mental está cada vez mais presente na sociedade, visto que o tema é fundamental para a manutenção da qualidade de vida das pessoas, bem como suas relações e vivências.

Mas, afinal, o que é saúde mental? A OMS define saúde mental como “um estado de bem-estar no qual o indivíduo é capaz de usar suas próprias habilidades, recuperar-se do estresse rotineiro, ser produtivo e contribuir com a sua comunidade”. “Podemos pensar na saúde mental também como um estado em que o indivíduo se sente capaz e disposto para lidar com as situações cotidianas, cientes do quão diversas podem vir a ser e da sua imprevisibilidade”, explica o médico Lucas Alves, professor de psiquiatria da Faculdade Zarns Salvador.

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Para o médico, vivenciar a saúde mental não depende somente da pessoa em si, mas esse cuidado pessoal muito influencia. “Destacaria três pontos do autocuidado como os principais: alimentação saudável, bom padrão de sono e atividades físicas regulares. São os pilares da saúde mental. É importante também ter boas relações interpessoais, cultivar práticas comunitárias e espirituais, se fizerem sentido para cada um, ter metas e objetivos na vida, e persegui-los”, destaca o docente.

Buscar auxílio profissional quando necessário é um consenso quando se fala na busca da manutenção da saúde mental. “Quando o sofrimento gera desdobramentos negativos, sejam comportamentais ou na saúde física, é fundamental que falemos com as pessoas que nos cercam, mas essencialmente com um profissional que está apto para lidar com as questões emocionais e psicológicas que podem nos afetar”, pontua o psiquiatra.

Criada em 2014 e oficializada na Lei Federal 14.556/23, a Campanha Janeiro Branco tem como objetivo principal promover e ampliar o debate sobre questões psicológicas, de forma a ajudar as pessoas a promoverem o autocuidado e vencerem o estigma sobre o tema. O movimento vem inspirando diversas ações com foco na saúde mental no país.

“Além de levantar a discussão sobre o tema, a campanha também ajuda a influenciar as ações do poder público que são fundamentais, seja na promoção do bem-estar social de forma geral, promovendo acesso às necessidades básicas do ser humano, seja na promoção da saúde mental por profissionais da área, como o acesso facilitado ao tratamento quando o indivíduo apresenta uma doença mental”, conclui o médico.