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Cultura e Entretenimento

História e representatividade: bailarinas destacam uma Camaçari que dança e movimenta cultura por gerações

Angela Cheirosa e Sinha Guimarães integram a lista de artistas que fomentam o segmento na cidade.

Mariane Sena

Publicado

em

História e representatividade: bailarinas destacam uma Camaçari que dança e movimenta cultura por gerações
Fotos: BellyClick e Robervania Chagas

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A vida contada entre passos, compassos, ritmos variados e ensaiados, mas também improvisados, tem o corpo como instrumento em constante harmonia de movimentos. A descrição traduz, em resumo, a dança, umas das mais antigas manifestações culturais que, entre o prazer e a alegria, visa promover posicionamentos sociais. Nesta segunda-feira (29), o mundo celebra o Dia Internacional da Dança, criado em 1982 para homenagear o mestre do balé francês, Jean-Georges Noverre (1727-1810), que ficou conhecido por ter escrito uma das obras mais importantes da história do segmento, Lettres sur La Danse ou ‘As Cartas sobre a Dança’, em português.

História e representatividade: bailarinas destacam uma Camaçari que dança e movimenta cultura por gerações

Espetáculo ‘Bule-Bule’. Foto: Emerson Lira

Por meio das pinturas encontradas nas cavernas, historiadores salientam que é possível saber que homens e mulheres já dançavam desde a pré-história. Em Camaçari, a arte está arraigada com sua origem indígena e consequentemente, os rituais dos povos Tupinambás, desde 1558. O fomento da dança na cidade, e da cultura como um todo, também passa pelo legado deixado por Alberto da Silva Martins e sua esposa, Cilene Guedes, com a fundação do Teatro Amador de Camaçari (TAC). Posteriormente, o município ganhou o Teatro Alberto Martins (TAM). Por lá, filhos da terra e artistas que iniciaram a trajetória no município seguem escrevendo novas histórias, a exemplo das bailarinas Angela Cheirosa e Sinha Guimarães.

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Cheirosa começa fazendo um breve histórico da dança, destacando, em meio a tantos benefícios, o de cunho social, ligado ao empoderamento feminino.

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Angela Cheirosa, especialista em danças africanas. Foto: Menta Fotografia

“A dança, assim como todas as artes corporais, serve pra lembrar nosso corpo que estamos vivos. É isso, dançamos porque estamos vivos. Desde sempre, mesmo antes do fogo, da energia elétrica, dos meios de locomoção, já dançávamos pra celebrar nascimentos, casamentos, boa colheita e até a morte. Para nós mulheres, dançar nos conecta com o feminino, nos resgata de nós mesmas, nos liberta. Mulheres que dançam são mais donas de si”, afirma Angela ao Destaque1.

Para Sinha, a conexão, a união que a manifestação artística desperta é também instrumento de cura.

“Diz muito respeito à autoestima, ao autoconhecimento e ao quanto eu, enquanto artista, posso espelhar motivações para outras potências que, eventualmente estão adormecidas nos mais variados lugares, bem como nas periferias. A dança tem o poder de nos conectar com o estado presente, o aqui e o agora. E a partir deste estado, podemos nos conectar com essas potências, dando voz e vez às mais diversas expressões corporais, propiciando um viés de cura”, avalia.

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Sinha Guimarães, especialista em dança contemporânea. Foto: Robervânia Chagas

No entanto, Angela reforça que muito se fala a respeito da arte, mas na prática ainda pouco se faz. De acordo com ela, esse investimento deve caminhar em constante confluência.

“Camaçari reflete de forma micro o que acontece no macro. A valorização da arte, da cultura, da educação como instrumento de transformação social sempre deixa a desejar, porque nunca é o suficiente. É preciso investir na educação básica, é preciso ter arte e cultura dentro das escolas, é preciso uma valorização substancial dos agentes de cultura e da educação e para isso, é preciso um esforço coletivo em direção as soluções a longo prazo”, detalha.

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Foto: Menta Fotografia

Em seguida, ela cobra políticas públicas mais consistentes. “Encarar a arte e a cultura como elementos essenciais para formação de cidadãos conscientes, tem sido estratégia de muitos países desenvolvidos e esse entendimento nos aponta para a necessidade de se criar políticas públicas consistentes, que promovam a valorização do fazedor de cultura, que incentive e fomente arte em espaços diversos, que promovam o acesso a locais onde a arte esteja acontecendo”, defende.

Guimarães, por sua vez, reforça as pautas descritas por Angela, e toma como exemplo o Ballace Festival Nacional de Dança. Em diversas edições, o evento foi sediado em Camaçari, no Teatro Cidade do Saber. Nas audições realizadas no local, bailarinos camaçarienses foram selecionados para estudar na Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, que desde março de 2000 está instalada na cidade catarinense de Joinville. À época, os bolsistas ficavam hospedados na Casa Social de Camaçari, em um imóvel alugado pela gestão municipal. Este ano, as atividades do festival ocorrem nos dias 3 e 4 de maio, em Feira de Santana.

História e representatividade: bailarinas destacam uma Camaçari que dança e movimenta cultura por gerações

Espetáculo ‘Mesa’. Foto: Reprodução

“Carecemos de mais políticas públicas voltadas para a arte, sobretudo no que diz respeito ao contexto da dança. Camaçari tem vivido um processo muito triste de retrocesso, pois não temos visto políticas de valorização à arte como um todo. É desestimulante ver que o Ballace, que é um viés de revelação para vários talentos, perder espaço para Feira de Santana. Acredito que a gestão local de cultura deveria ter um olhar mais abrangente para com o contexto abordado”, pondera Sinha.

Em vistas de um cenário mais positivo, ela sonha com novas oportunidades. “Desenvolver a cultura local como um todo, dialogando com as mais variadas modalidades concernentes à dança. Transformando, desenvolvendo e descobrindo novos talentos”, projeta.

Na visão de Angela, o futuro almejado para a classe transita no fazer profissional, na geração de renda.

“Meu sonho para dança de Camaçari e para os artistas em geral, é que todos possam viver unicamente de sua arte. Que talentos não sejam perdidos para o mercado de trabalho por conta da subsistência. Que o profissional da arte tenha garantidos seus direitos e possa exercer sua profissão com segurança e dignidade”, destaca.

Angela Cheirosa

Aos 50 anos, formada em administração com especialização em finanças, Angela é natural de Candeias. Mas, foi em Camaçari, aos 32 anos que a dança entrou em seu caminho, provando que para começar o importante é dar o primeiro passo.

“A dança não entrou cedo na minha história, eu comecei a dançar depois dos 32, após uma perda, que desencadeou em mim uma depressão. A dança faz parte do meu processo de cura e de ressignificar a minha existência”, lembra.

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Foto: Sidney Macedo

Especialista em danças árabes e referência na cidade em dança do ventre, a candeiense faz um alerta a respeito do campo de atuação da modalidade, por vezes estereotipada e vulgarizada.

“A dança do ventre nunca foi um objetivo, quando me vi, já estava apaixonada. Tive contato pela primeira vez numa aula experimental, num grupo de yoga, e de lá pra cá, nunca mais nos desgrudamos. É importante lembrar que a dança do ventre é uma dança africana. Devido aos processos de colonização e embranquecimento, hoje, a dança do ventre é apresentada muitas vezes de forma estereotipada, como dança sexual ou para entreter, conquistar parceiros. Ao contrário disso, é uma dança de potencialidade extremamente revolucionária que, apesar de poder ser praticada por qualquer gênero, prioritariamente coloca a mulher como protagonista de sua existência, sendo acessível para todos os corpos, idades e condições físicas”, esclarece.

Presentemente, Cheirosa atua como professora, bailarina, coreógrafa de dança do ventre, produtora cultural, escritora, palestrante e influencer. O trabalho da artista pode ser acessado em sua página do Instagram (@angelacheirosa).

Sinha Guimarães

Bailarina com vivência internacional e atual diretora da Cia Sinha Guimarães e do Centro do Movimento Sinha Guimarães, a camaçariense é mestranda em dança, pela Universidade Federal da Bahia (Ufba). São mais de 30 anos dedicados ao segmento. Hoje, aos 40, Sinha recorda que tudo começou ainda menina, quando tinha 5 anos.

História e representatividade: bailarinas destacam uma Camaçari que dança e movimenta cultura por gerações

Foto: Robervância Chagas

“Minha história com a dança começou com meus pais. A partir dos 5 anos, quando minha mãe me colocou em um projeto voluntário, a antiga Sedel. Lá, tive meu primeiro contato com a dança contemporânea”, rememora.

No portfólio da companhia, produções como ‘Dança Bule-Bule’, em homenagem ao mestre cordelista Antônio Ribeiro da Conceição, além de ‘Por Um Fio’, ‘Mesa’, e outros. O trabalho da artista também pode ser acompanhado em sua página pessoal (@sinha_guimaraes).

Camaçari que dança

História e representatividade: bailarinas destacam uma Camaçari que dança e movimenta cultura por gerações

Grupo Espermacete participou do cortejo. Foto: Patrick Abreu/Destaque1

Vale destacar a pluralidade de artistas e grupos culturais que fomentam a dança na cidade. Integram a lista, a coreógrafa e arte-educadora, Cláudia Guedes (@claudia_guedes1), filha de Alberto e Cilene; Anderson Hassys de L’oya, da Companhia Alaketu (@cia_alaketu); Wenderson Cobra (@uenderson_cobra); Taila Samile (@tailasamile); Carlei Daltro e Gil Carvalho, do Studio de dança Gil & Carlei (@studiodançagilecarlei); Bruno Alan (@brunoalanrs); Carol Amaral (@carolamaralll); Sara Estrela (@saraestrela.oficial); Leidiane Bispo, Leny Dantas, Bárbara Lima, do Zumbetes de Camaçari (@zumbetesdecamacari); Grupo Espermacete (@grupo_espermacete), e outros.

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