Opinião
As vísceras do terrorismo
O que vimos no último domingo, nem de longe pode ser chamado de manifestação.
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Kaique AraNão bastou acampar em frente aos quartéis generais das Forças Armadas por todo o Brasil, pedindo dentre outras coisas, intervenção militar. Os autointitulados “patriotas”, os mesmos que sequestraram as cores da bandeira nacional como símbolo de ideias e posicionamento retrógrados, avançaram para uma tentativa ainda mais raivosa: a destruição da democracia e de símbolos da pátria.
O que vimos no último domingo, nem de longe pode ser chamado de manifestação, o termo terrorismo se encaixa perfeitamente com o que o Brasil e o resto do planeta viram. As manchetes dos principais jornais e revistas do mundo estampavam com espanto o caos promovido por grupos bolsonaristas.
A invasão às Casas do poder legislativo, executivo e judiciário marcam algo jamais visto na história recente do Brasil. Além da destruição de móveis, estruturas físicas e obras de artes de valor incalculável, os “patriotas” foram capazes de atentar contra o maior patrimônio do povo brasileiro, a democracia.
Escoltados e até protegidos por parte da frota policial do Distrito Federal, os vândalos e terroristas, que outrora se diziam “defensores dos bons costumes e protetores da nação” mostraram as vísceras do que verdadeiramente eles são: criminosos.
De longe “os patriotas” poderiam receber esse adjetivo. Incapazes de aceitar a derrota eleitoral imposta pela maioria do povo brasileiro, eles deveriam seguir o rito da democracia e disputar a narrativa de uma oposição minimamente respeitosa, mas não, optaram pela barbárie e merecem pagar aos olhos da lei por todos os danos; sejam eles físicos, estruturais, políticos e históricos cometidos nesse ato terrorista. Essa página da recente história do Brasil só deve ser virada com a punição aos algozes da democracia.
Kaique Ara é professor de História e mestrando em Estado, Governo e Políticas Públicas.
*Este espaço é plural e tem o objetivo de garantir a difusão de ideias e pensamentos. Os artigos publicados neste ambiente buscam fomentar a liberdade de expressão e livre manifestação do autor(a), no entanto, não necessariamente representam a opinião do Destaque1.
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