Saúde
Abril Marrom: cerca de 80% dos casos de perda visual poderiam ser evitados com diagnóstico precoce
Conforme a OMS, a doença deve afetar 111,8 milhões de pessoas mundo até 2040.
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RedaçãoEm torno de 80% dos casos de cegueira no mundo são evitáveis, conforme alerta a Organização Mundial da Saúde (OMS). É com base nesse cenário, de tentar promover informação, que surgem algumas iniciativas a exemplo da campanha nacional Abril Marrom. Vale destacar que a cor que representa a ação foi escolhida por ser a coloração que remete à íris da maior parte dos brasileiros.
Ainda conforme projeções da OMS, até 2040 a doença deve afetar 111,8 milhões de pessoas mundo.
“Trata-se de uma doença degenerativa que danifica as células do nervo óptico progressivamente, sem cura, mas que pode ser controlada. É mais comum o diagnóstico da doença após os 40 anos de idade, que tem como principal fator de risco o aumento da pressão intraocular, mas o histórico familiar, a miopia elevada e o diabetes também devem ser considerados fatores de risco. Além disso, pessoas negras têm maior predisposição. Atualmente, o Brasil tem aproximadamente 900 mil pessoas com o diagnóstico de glaucoma”, explica a especialista em glaucoma do DayHORC Christine Sampaio.
Outra patologia ocular que pode levar à cegueira é a degeneração macular relacionada à idade (DMRI). De acordo com o oftalmologista Murilo Barreto, a doença crônica e progressiva ocorre na parte central da retina chamada mácula, e leva à perda gradual da visão central.
“Ela é considerada a principal causa de perda irreversível da visão entre as pessoas acima de 50 anos. Dados da OMS apontam que cerca de 30 milhões de pessoas no mundo têm DMRI. Ainda que condições ambientais, alimentação e predisposição genética também devam ser considerados, o maior fator de risco para a DMRI, como o próprio nome já diz, é a idade, afetando principalmente pacientes com mais de 70 anos”, explica Barreto.
Já o especialista em retina, Ricardo Chagas, que atua no Instituto de Olhos Freitas e também é integrante do Grupo Opty na Bahia, informa que a retinopatia diabética é outra enfermidade que pode atingir os olhos de forma silenciosa, e consequentemente levar à cegueira.
“O alto nível de açúcar no sangue provoca lesões nas paredes dos vasos que nutrem a retina. O aumento da permeabilidade vascular pode gerar acúmulo de líquido na retina (o edema), comprometendo a visão. Uma vez instaladas, as alterações retinianas mais graves não se modificam significativamente com a normalização da glicemia, necessitando de tratamento oftalmológico específico, como a fotocoagulação a laser, as injeções intravítreas ou o tratamento cirúrgico”, pondera o oftalmologista.
Chagas orienta que a melhor maneira de prevenir a retinopatia é controlando a glicemia e tendo acompanhamento oftalmológico.
Por fim, outra doença bastante conhecida do público e que não poderia ficar de fora da lista é a catarata. Conhecida como a principal causa de cegueira reversível no mundo, a doença provoca a perda progressiva da visão.
“A catarata atinge principalmente pessoas com mais de 60 anos, afetando diretamente o cristalino, parte do olho responsável por regular o foco dos objetos. A doença é silenciosa e evolui lentamente, embaçando a visão até a pessoa enxergar apenas luzes e vultos, podendo ocorrer cegueira, se não tratada. Na cirurgia, removemos o cristalino opacificado e o substituímos por uma lente intraocular artificial transparente”, pontua Frederico Faiçal, médico oftalmologista da Oftalmoclin.
Ele ressalta também que a catarata não é exclusiva de idosos, tendo em vista que as crianças também podem apresentar catarata congênita, bem como indivíduos abaixo dos 65 anos, como consequência de processos inflamatórios, outras doenças sistêmicas como o diabetes, uso de medicações, acidentes oculares, etc.
O check-up oftalmológico de rotina é essencial na prevenção e no diagnóstico das doenças oculares, sejam elas mais simples ou mais complexas. Por isso, a recomendação dos especialistas é que, desde a infância, é importante incluir idas anuais ao oftalmologista. Afinal, quanto mais cedo a patologia é descoberta, maiores são as chances de cura ou de controle. Além disso, ter uma alimentação balanceada, praticar atividade física, fazer uso de óculos de sol com filtro UV e cultivar hábitos saudáveis contribuem para uma boa saúde ocular.
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