Opinião
A mística do marketing político baiano, por Geraldo Honorato
Mais do que a aura vitoriosa, a atuação dos baianos no marketing político fez escola mundo afora.
Publicado
em
Por
Geraldo HonoratoReza a lenda que a Bahia é produtora dos melhores profissionais de marketing político do Brasil. Geraldo Walter, Fernando Barros, Nizan Guanaes, Duda Mendonça, João Santana, Edson Barbosa, Sérgio Guerra e Sidônio Palmeira. Esses são apenas alguns dos muitos marqueteiros exportados para os principais palcos eleitorais do país. Mas por que mesmo essa referência positiva?
Todos os nomes citados acima são associados a sucessos nas urnas. Alguns destes, inclusive, viraram ícones, como a arrancada de FHC em 1994 (Geraldo Walter, Fernando Barros e Nizan) e o Lulinha “Paz e Amor” de 2002 (Duda Mendonça).
Mais do que a aura vitoriosa, a atuação dos baianos no marketing político fez escola mundo afora. Sempre houve disputa conceitual no que diz respeito ao rumo majoritário da comunicação em campanhas. De um lado, o caráter jornalístico, mais fundamentado na razão e na análise objetiva dos fatos, e do outro, o caráter publicitário, mais emocional e focado na demanda do cliente — no caso em questão, o eleitor. A “pegada baiana”, justamente, é caracterizada pelo apelo emocional da primeira linha.
Outro aspecto que pode ser apontado como diferencial do jeito baiano é a criatividade pulsante e certa dose de irreverência, fruto, talvez, do imenso caldeirão cultural histórico que é a Bahia: um lugar miscigenado, multifacetado e dado às subversões artísticas.
Há quem diga, inclusive, vide o publicitário Fernando Barros, o cara da Propeg, que o primeiro marqueteiro político do país foi o poeta Gregório de Matos, que vivia às tretas com a Coroa Portuguesa, bradando sempre em grande estilo e gastando as letras com picardia e pimenta. Por isso chegou a ser deportado para outras bandas.
Outro ponto: apesar de sermos celeiro de talentos na publicidade em geral, temos um mercado publicitário “pequeno” na Bahia, sobretudo no que diz respeito a varejo e serviços, o que torna as contas públicas uma necessidade para a boa sobrevivência das agências. Logo, temos ótimos profissionais dedicados full time a clientes políticos. Ou seja, há um forte braço profissional em estado de campanha permanente o tempo todo, com o perdão da redundância.
Concretamente, ouso afirmar que os profissionais baianos levaram o marketing político brasileiro a outro nível de excelência, pela estética, ousadia e abordagem conceitual.
Quer uma prova? Receba! Das três candidaturas presidenciais melhor posicionadas nas pesquisas, duas são capitaneadas pelo povo da Bahia. João Santana pelo lado de Ciro Gomes; Sidônio Palmeira pelo lado de Lula.
Além de produzir marqueteiros de excelência, reza ainda a lenda que ter um publicitário baiano na campanha é meio passo para a vitória. Sendo assim, viva a Bahia, terra do Carnaval, do Sincretismo, da Fé, do Acarajé e do Marketing Político!
Geraldo Honorato é jornalista, pós-graduado em Marketing Digital e em Comunicação e Política. É sócio-fundador da agência de publicidade PPÔ Comunicação.
*Este espaço é plural e tem o objetivo de garantir a difusão de ideias e pensamentos. Os artigos publicados neste ambiente buscam fomentar a liberdade de expressão e livre manifestação do autor(a), no entanto, não necessariamente representam a opinião do Destaque1.
Leia Também
-
Sesi Bahia abre inscrições para curso virtual e gratuito sobre criminalização do bullying e cyberbullying
-
Júnior Muniz defende criação do ‘Certificado Colégio Amigo do Autista’ na Bahia
-
Em preparação para o São João, sanfoneiro Jó Miranda lança ‘Saudade Dói’; ouça música
-
Decola: programa de estágio da Solar Coca-Cola tem vagas para Salvador
-
“Eu não resolvo só abrindo hospitais”, dispara Jerônimo sobre críticas à regulação e ao HGC
-
Matrículas para o Programa Universidade para Todos são prorrogadas até sexta