Opinião
A dimensão coletiva do voto
Relações sociais e políticas estão ligadas à preferência eleitoral.
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Há diversos fatores de ordem objetiva e subjetiva que definem a escolha do voto. Seja por uma escolha racional (voto útil), ideológica (visão de mundo) ou psicossocial (estrutura de personalidade), existe uma dimensão coletiva que é determinante para a preferência eleitoral.
Mas, efetivamente, o voto não é uma decisão individual? Sim. Contudo, esse indivíduo está imerso em circunstâncias de natureza social e coletiva que orientam intersubjetivamente o seu voto. Isso quer dizer que o seu voto é definido com base nas relações sociais e políticas que você constrói ao longo da sua existência. Portanto, o voto é uma ação individual orientada para o outro, uma coletividade da qual se faz parte e que mobiliza a sua preferência eleitoral. Isso fica mais evidente para o militante, para o qual a escolha de natureza coletiva é óbvia.
E o cidadão “comum”, que não participa diretamente da política institucional? A dimensão coletiva é provocada por impulsos que movimentam a sua comunidade. Dessa forma, a “onipresença” do candidato no cotidiano da localidade é um meio de cristalizar a preferência no imaginário coletivo. Em Camaçari (mas não é exclusividade da nossa cidade), a construção da identidade política do candidato com determinado bairro é fundamental para empreitadas eleitorais, sobretudo se a localidade tiver uma densidade populacional considerável.
No fim das contas, o candidato busca potencializar essa dimensão coletiva do voto, apostando na progressão geométrica da preferência eleitoral à luz da capacidade de atrair uma massa uniforme de eleitores.
Bruno Evangelista é sociólogo, doutor em Ciências Sociais e servidor público.
*Este espaço é plural e tem o objetivo de garantir a difusão de ideias e pensamentos. Os artigos publicados neste ambiente buscam fomentar a liberdade de expressão e livre manifestação do autor(a), no entanto, não necessariamente representam a opinião do Destaque1.
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