Opinião
Perdeu, playboy: Flávio é o terceiro mandato de Elinaldo; é o povo fora do poder mais uma vez
É a elite se perpetuando em Camaçari, priorizando seus negócios e supervalorizando quem não tem compromisso com a cidade.
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Kaique AraEleito presidente da Câmara para o biênio 2023-2024, o vereador Flávio Matos (União) é um produto velho em um rótulo aparentemente novo. Filho do ex-vereador José Matos, conhecido pelo caráter adesista, uma vez que participou de praticamente todas as gestões municipais de 1988 até os dias atuais, ele é o herdeiro político de uma tradicional família. Sempre viveu na nata de Camaçari, com direito a períodos esporádicos nos Estados Unidos e nas cercanias do Imbuí e adjacências, em Salvador.
O chefe do Legislativo municipal também tem se notabilizado, no exercício da presidência, por andar cercado por um triunvirato de primos, cuja sigla definidora seria M-A-C, sobre o qual nos debruçaremos em outro artigo. Os próprios vereadores da base governista, a boca miúda, é claro, já tecem críticas ao que chamam de ‘primaiada’, que é a reunião informal dos primos operando a política do presidente, isso muitas vezes, há de se ressaltar, dentro das dependências do gabinete oficial. Sem cargos oficiais, mas com poderes grandiosos.
No olhar global sobre a gestão de Flávio Matos até aqui, vê-se muito provincianismo e vícios, com a intervenção direta do prefeito Elinaldo Araújo (União) na escolha dos principais cargos da gestão no Legislativo. Por falar em Flávio, registre-se que o seu nome real é Flávio Marcus, como consta no seu registro na Justiça Eleitoral, a considerar os pleitos de 2016 e 2020. Ou seja, nem o nome é original.
Existem também casos concretos de desrespeito às resoluções internas da própria Câmara, com a ocupação de cargos estratégicos da gestão por pessoas sem o requisito técnico necessário, o que é um retrocesso. Camaçari tem bons profissionais em todas as áreas. Trataremos dessa questão com mais profundidade em um segundo momento, inclusive com desdobramentos em órgãos de controle e os respectivos conselhos e entidades profissionais.
Tudo isso é grave. Contudo, mais grave ainda é o fato de que todas as maldades do governo Elinaldo têm a assinatura de Flávio. Foi na gestão dele que se aprovou a escandalosa atualização do PDDU, a concessão de empréstimos milionários e o cerceamento de liberdades dos profissionais da educação. O mesmo Flávio que tira onda de valente ao falar da regulação não diz um ‘piu’ sobre a crise na saúde de Camaçari. Não se indigna pelo fato de uma mãe de família esperar três meses ou mais para fazer um simples exame de sangue. A UPA do Gravatá, a única da sede, superlotada, sem condições adequadas para atendimento, não lhe desperta nenhum senso de justiça.
Ou ainda, por que ele não se revolta com o fato da obra de uma simples ponte durar mais de um ano, matando todo o comércio a sua volta? Porque é apenas a busca pelo poder, gente, não é sobre cuidar de quem mais precisa. Flávio será, assim sendo, o terceiro mandato de Elinaldo. É o time de Bolsonaro. É a elite se perpetuando em Camaçari, priorizando seus negócios e supervalorizando quem não tem compromisso com a cidade. É continuar com Neurilene Martins, Jô Cardin, Elias Natan, Cupertino, Waldy Freitas, Tude e tantos outros.
O povo de Camaçari precisa voltar a ser o foco de quem governa. Cuidar de gente precisa ser a prioridade. Dar atenção a quem vive e mora em nosso município é imperativo. Camaçari quer a mudança com o Time de Lula.
Kaique Ara é professor de História e mestrando em Estado, Governo e Políticas Públicas.
*Este espaço é plural e tem o objetivo de garantir a difusão de ideias e pensamentos. Os artigos publicados neste ambiente buscam fomentar a liberdade de expressão e livre manifestação do autor(a), no entanto, não necessariamente representam a opinião do Destaque1.
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