Outubro Rosa: psicóloga alerta para relação entre tratamento oncológico e saúde mental

O Outubro Rosa tem o objetivo de conscientizar as pessoas sobre o cuidado e a prevenção ao câncer de mama. Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca), são 59.700 novos casos de câncer de mama no Brasil, com risco estimado de 56,33 casos a cada 100 mil mulheres. Este ano, especialistas têm chamado a atenção para a relação existente entre o tratamento oncológico e a saúde mental, um dos aspectos mais relevantes para o enfrentamento da doença.

O impacto do diagnóstico do câncer de mama pode ser devastador para a mulher, para quem, em alguns casos, a mama tem um valor simbólico de fertilidade, sexualidade, sensualidade e feminilidade. A psicóloga Andrea Cordeiro explica que a descoberta da doença pode acentuar problemas emocionais, como a ansiedade e a depressão, por conta da agressividade dos métodos terapêuticos, do medo de perder os seios e da incerteza da recuperação, que afetam diretamente a saúde mental.

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“O tratamento pode comprometer em variados graus a autoestima, a imagem corporal e a identidade feminina daquelas que recebem o diagnóstico da doença, e despertam sentimentos como medo de morrer, tristeza, culpa, angústia, ansiedade”, ressalta a psicóloga.

O apoio das pessoas próximas, como amigos e familiares, e a escolha de um bom profissional são fundamentais. A especialista conta que um apoio psicológico é necessário para tornar esse cenário menos doloroso e ajudar a renovar a esperança em dias melhores. “Em decorrência da grande mobilização emocional, é fundamental o apoio psicológico para dar suporte à mulher com câncer e a seus familiares, com acompanhamento psicoterápico, contribuindo com maior bem-estar emocional, melhor adesão ao tratamento e atenuação significativa dos riscos de desenvolvimento de quadros depressivos ou de ansiedade”, diz Andrea Cordeiro.

Além do apoio psicológico, algumas atitudes também podem ajudar as pacientes que se encontram em tratamento contra o câncer de mama. Uma das alternativas é ouvir a mulher, mostrar-se disponível e demonstrar carinho e atenção. Explicar a importância de aceitar o diagnóstico também é importante, assim como estimular atitudes positivas e incentivar a busca de ajuda profissional continuada.