Opinião
Lula versus Bolsonaro, e a democracia?, por Laiana França
A polarização da política brasileira e o iminente perigo à democracia.
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Laiana FrançaSão tempos difíceis para os brasileiros. Em meio a uma crise sanitária mundial, vivenciamos também o impacto na economia, no poder de compra, alto índice de desemprego… Como se esses problemas não fossem o suficiente, presenciamos no cenário político do país a centralização partidária em dois únicos candidatos presidenciáveis.
Regidos por ideologias distintas, os candidatos que lideram as pesquisas para as eleições de 2022 mantêm o tradicional confronto político esquerda x direita. O perigoso caminho que a política brasileira vem trilhando é uma ameaça à democracia e ao sufrágio no país. Proclamados como os únicos capazes de solucionar essas questões, os pré-candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Messias Bolsonaro (PL) são apenas personagens políticos que compõem todo um corpo técnico. É ilusória e antidemocrática a centralização do poder em pessoas. A política é feita de ideias, projetos e planos. Candidatos são apenas representantes.
A centralização do poder em políticos, órgãos e empresas é característica de monarquias e ditaduras, modelos que fazem parte da história do país. Entretanto, desde 1989 o Brasil se tornou uma República presidencialista. Tratando-se de uma democracia, a ideia de “heróis” e “mitos” não se fundamenta, o voto não pode ser aplicado em personagens, mas em propostas, conteúdo programático e ideias.
A polarização na política brasileira compromete a sua democracia, o extremismo apresentado e financiado pelos partidos políticos concentra em dois lados todo o processo eleitoral, custeando a postura de que adversários políticos se tornem inimigos, descredibilizando o diálogo e contribuindo para a construção de fã-clubes aos candidatos.
Dito isso, é perceptível a tensão e importância que as eleições de 2022 estão gerando, assim como é de extrema necessidade a candidatura de um bom gestor para exercer o cargo de chefe de Estado do Brasil. Porém, muito mais que problemas na economia, saúde, educação e segurança pública, o próximo presidente terá como maior desafio a união do país, impedindo que a democracia brasileira caia em vertigem.
Laiana França é mercadóloga, pós-graduanda em Gestão Empresarial e estudante de Direito, além de feminista e militante dos direitos humanos.
*Este espaço é plural e tem o objetivo de garantir a difusão de ideias e pensamentos. Os artigos publicados neste ambiente buscam fomentar a liberdade de expressão e livre manifestação do autor(a), no entanto, não necessariamente representam a opinião do Destaque1.
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