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Dias das Mães: mulheres relatam a difícil tarefa agridoce de criar filhos
O Destaque1 conversou com Elba Coelho e Poliana Lima, mães dispostas a falar sobre os dilemas do maternar.
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Melissa DuarteA maternidade é tida como algo corriqueiro. Todos os dias vemos mães com seus filhos em diferentes situações, e pode parecer fácil estar naquele papel. Biologicamente ou de consideração, todos possuem uma figura materna em suas vidas, a exemplo de uma tia, madrasta ou vizinha. Essas mulheres estão por toda parte, e o que ninguém fala é que elas não precisam ser tão heroínas, se sobrecarregando e cobrando tanto de si ao ponto de tentarem ultrapassar limites humanamente impossíveis.
Ser mãe possui um lado quase não exposto. Poucas pessoas falam sobre o cansaço em cuidar de um ser que depende apenas de você, ou no sentimento de culpa que a mãe carrega por trabalhar fora e realizar outras atividades. Neste Dia das Mães, a homenagem é falar sobre a agridoce tarefa de criar um ser humano, enfrentada pelas 67 milhões de mães brasileiras.
O Destaque1 conversou com Elba Coelho e Poliana Lima, mães reais dispostas a falar sobre os dilemas do maternar e da luta para criar um ser humano para o mundo, tanto para a genetriz quanto para a criança.
Elba Coelho é mãe de Dan Lucca e de Amarena, de 10 e 4 anos, respectivamente. Ela sempre sonhou em ser mãe.
“Ser mãe é desempenhar o papel mais importante na vida de alguém, é ser responsável pela existência, por dar a vida e preparar alguém para o mundo. Sempre me imaginei cumprindo esse papel”, declara.
Para a profissional de relações públicas, o que mais a chocou no universo materno foi a falta de instruções passadas para novas mães. Ela relata que, na primeira gravidez, tudo era muito novo e o sentimento de culpa era constante pela cobrança de perfeição vindo de si mesma. “Até então, eu só tinha visto a parte bonita da maternidade. Só vi a parte difícil ao me tornar mãe, a exemplo de ver meu filho doente sem poder fazer nada para ajudar. Quando somos mães pensamos que somos capazes de proteger de tudo, mas quando vemos que não podemos controlar é devastador”, comenta.
As expectativas em relação à mulher-mãe são altas, a sociedade impõe que seja algo fluido, uma espécie de dom, mas, na verdade, é um aprendizado diário, uma longa caminhada até a execução de uma rotina que seja boa para mãe e filho. No pós-parto são diversos dilemas, como a privação de sono, amamentação, falta de tempo sozinha e palpites. Contudo, o clichê de que melhora com o tempo é verdadeiro. O otimismo e uma boa rede de apoio são essenciais para evitar a sobrecarga.
“A mãe real sofre, chora, se cansa, quer fugir, mas também quer levar os filhos junto, quer ter um momento só dela, não sabe cozinhar as melhores receitas. Não existe a perfeição, a mãe retratada na mídia é uma idealização, sendo que não dá para ser assim. É difícil acordar já sabendo da luta do dia e querer estar sempre plena e feliz. Queremos sim, porém, nem sempre estamos, batalhamos todos os dias para fazer o nosso melhor e somos felizes por saber que estamos exatamente onde queremos estar, que é com nossos filhos”, enfatiza.
Elba parabeniza todas as mães nesse dia especial, desejando que cada mãe seja capaz de reconhecer o seu incrível papel, e destaca que não dá para ser perfeita, mas sempre dá para ser melhor.
Ouça:
Poliana Lima, 34 anos, é professora e mãe de Théo. Para ela, ser mãe é “uma benção divina, compreender diariamente um amor que é incondicional, cheio de intensidade e aprendizados”. Uma das situações mais complicadas enfrentadas por ela foi a competição silenciosa com outras mães. De forma sutil, a maternidade quer sobrepor padrões que para muitas surge de forma violenta e naturalizada, como: se der certo, ótimo, mas se não der, estou fazendo algo de errado.
Em relação a cuidar de uma criança na pandemia, ela apela para a criatividade. “Uma reinvenção constante, pois preciso sempre pensar em como fazer, pois meu filho fica comigo 24h por dia. Tudo precisa ser pensando priorizando seu bem-estar e minha sanidade mental”, destaca.
O recado passado pela professora é sobre autoconfiança. “Se conheça e conheça seu filho. Não aceite nenhum tipo de violência e saiba que você não fez seu filho sozinha, responsabilidade é partilhada e isso não tem a ver com porcentagem, e sim com compromisso”, pontua.
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