Opinião
Crise econômica deixa Lula mais perto da vitória nas eleições presidenciais, por Martin Klugger
Aparentemente, a questão econômica será crucial para definir o futuro do país nas eleições de outubro.
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Martin KluggerCom o país mergulhado em uma crise econômica, o que, entre outros sintomas, tem causado grande aumento do preço dos combustíveis, inflação e desemprego, o candidato a presidência Luís Inácio Lula da Silva tem se consolidado cada vez mais líder nas pesquisas eleitorais. Oscilando entre 45% e 47% das intenções de voto em primeiro turno, Lula hoje possui uma vantagem confortável contra o atual presidente Jair Messias Bolsonaro, que tem oscilado entre 28% e 36% das intenções de voto.
Em uma tentativa de melhorar suas perspectivas eleitorais, Bolsonaro veio recentemente com o que vem sendo chamado de PEC Kamikaze. Com a diminuição dos impostos sobre os combustíveis, aumento e concessão de novos auxílios até o fim do ano, o presidente visa aumentar sua popularidade. Outras matérias para beneficiar a economia, como o PL que busca regulamentar as apostas no país, também vêm sendo discutidas com urgência. Com a aprovação somente desse projeto, por exemplo, tanto um cassino físico, para a geração de empregos no turismo, como um cassino online, dinheiro real seria atraído ao país através da arrecadação com impostos.
Aparentemente, a questão econômica será crucial para definir o futuro do país nas eleições de outubro. Entre os apoiadores do presidente Jair Messias Bolsonaro, a alegação é a de que o governo pegou um período de incertezas, com a maior pandemia das últimas décadas, além de guerras significativas, que sempre geram profundo impacto econômico.
Já entre os apoiadores do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, a pandemia estaria sendo apenas um pano de fundo para justificar o mau desempenho do governo atual. A favor do ex-presidente, a argumentação é de que mesmo durante a grande crise mundial de 2008, que afetou a maioria dos países do planeta, o Brasil teria seguido em uma situação relativamente tranquila. Naquela época, inclusive, surgiu a clássica declaração de que se para outros países a crise econômica vinha sendo um tsunami, para o Brasil ela seria somente uma “marolinha”.
Em outros momentos do país a situação econômica também já foi determinante para definir os rumos políticos do Brasil. Muitos analistas consideram, por exemplo, que o impeachment da ex-presidente Dilma Roussef se deu muito mais pela crise econômica que o país vivia na época do que propriamente pelos fatos legais utilizados como justificativa para o seu afastamento.
De qualquer forma, o presidente atual do país, Jair Messias Bolsonaro, resolveu dar ouvidos a seus pares sobre essa questão e tem atuado fortemente na questão econômica com a criação da chamada PEC Kamikaze. Ao diminuir o valor dos combustíveis para a população reduzindo impostos, e criar ou aumentar auxílios para profissionais-chave para a economia brasileira, como os caminhoneiros, e para a população mais vulnerável beneficiária do Auxílio Brasil, a intenção é ver a rejeição diminuir e a popularidade crescer. Ainda que isso possa causar um custo altíssimo, que impacte as contas do governo.
Se as medidas que estão sendo tomadas às vésperas do período eleitoral serão suficientes ou não para uma mudança significativa do cenário que vem se desenhando no momento, ainda é um pouco cedo para saber. Até prova contrária, as pesquisas mostram um cenário muito mais favorável entre os eleitores do país para a volta do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva do que para a permanência de Jair Messias Bolsonaro em um segundo mandato presidencial.
Faltando pouco mais de três meses para as eleições, será necessário observar o impacto econômico das medidas tomadas às pressas pelo governo atual nos próximos meses para saber se será suficiente para causar uma virada improvável.
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