Saúde
Bahia já registra 22 mortes por tuberculose neste ano, aponta Sesab
O pneumologista Guilhardo Fontes Ribeiro alerta sobre a importância do diagnóstico precoce.
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RedaçãoNeste ano, a Bahia já registrou cerca de 439 casos de tuberculose que resultaram em 22 óbitos, conforme dados da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab). No ano passado, a pasta ressaltou que o estado teve 4.882 casos da doença, com 384 mortes.
De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil ocupa o 17º lugar entre os 22 países responsáveis por 82% do total de casos de tuberculose no mundo. Embora seja uma doença passível de prevenção, tratamento e até mesmo cura, a cada ano são notificados aproximadamente 70 mil casos novos, e cerca de 4,7 mil pessoas morrem anualmente no território brasileiro.
Causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, que afeta principalmente os pulmões, mas também pode afetar outros órgãos, como rins, ossos e cérebro, a condição pode ser transmitida de pessoa para pessoa pelo ar, através da tosse, espirro ou fala. Em função do Dia Mundial da Tuberculose, em 24 de março, a Sesab reforça o alerta à população sobre a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado para a cura da doença.
Cada paciente com tuberculose pulmonar que não se trata pode infectar, em média, de 10 a 15 pessoas por ano. Alguns fatores contribuem para a disseminação da doença, tais como a pobreza e má distribuição de renda, desnutrição, más condições sanitárias e alta densidade populacional.
O pneumologista e diretor de Assuntos de Saúde Pública da Associação Bahiana de Medicina (ABM), Guilhardo Fontes Ribeiro, explica que existem alguns fatores que colocam o Brasil entre os países com maior incidência da doença no mundo.
“É um tema que deve ser discutido sempre, pois é preciso esclarecer a população sobre a doença. Nas regiões mais pobres é onde se concentra o maior número de tuberculosos, por diversas razões, como por exemplo, pela falta de saneamento básico e pelo fato de as pessoas morarem em imóveis pouco arejados, possibilitando uma maior disseminação da doença”, pontua o médico.
Guilhardo também faz um alerta para alguns sintomas que exigem mais atenção, a exemplo de tosse persistente entre duas ou três semanas. Segundo o especialista, pode ser um indício de que a pessoa está infectada com a doença. Ainda conforme o pneumologista, nesses casos, o indivíduo precisa ser submetido a avaliações para descobrir o que está levando à tosse.
No caso do tratamento, ele consiste em um esquema de antibióticos por pelo menos seis meses, por isso, o diagnóstico precoce é fundamental. Fontes reforça que a vacina BCG é obrigatória para menores de um ano, e protege as crianças contra as formas mais graves da doença.
“A melhor forma de prevenir a transmissão da doença é fazer o diagnóstico precoce e iniciar o tratamento adequado o mais rápido possível. Ele deve ser feito por um período mínimo de seis meses, diariamente e sem nenhuma interrupção. E só termina quando o médico confirma a cura total do paciente. Com 15 dias após iniciado o tratamento, a pessoa já não transmite mais a doença”, garante o diretor da Associação Bahiana de Medicina.
Por fim, o médico ressaltou que a pandemia da Covid-19 prejudicou o tratamento. Os Centros de Referência de Tratamento da Tuberculose ficaram fechados, o que, segundo ele, proporcionou um leve e significativo aumento no número de casos.
“Chegamos aos 70 mil novos casos no país, cerca de 5 mil mortes no Brasil, e, aqui na Bahia, tivemos cerca de 500 óbitos. Mas os atendimentos foram progressivamente normalizados, e estamos com um patamar próximo ao que tínhamos antes. Na época, as pessoas não saíam, não iam ao Centro, alguns abandonaram o tratamento. E é fundamental manter o tratamento durante seis meses para não só evitar a multirresistência, mas também para evitar a disseminação da doença”, finalizou o pneumologista.
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