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Após polêmica com Netinho, Daniela Mercury lança versão antifascista do single Milla
A regravação vem meses depois de a música ser utilizada em atos antidemocráticos.
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RedaçãoA cantora Daniela Mercury lança nesta sexta-feira (17) uma nova versão da música Milla, hit da axé music composto por Manno Góes e Tuca Fernandes e famoso na voz de Netinho. A regravação vem meses depois da polêmica com o cantor baiano, quando a música foi utilizada em atos antidemocráticos. A nova versão está disponível em todas as plataformas digitais.
A data de 17 de setembro não foi escolhida à toa e faz referência ao número utilizado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nas eleições de 2018. “17 te lembra alguma coisa? Pé de pato, magalô três vezes. Isso não!!”, diz um dos vídeos de divulgação do single. Em outro aparece: “o número 17 tava precisando de um banho de folha”. “Aqui em casa, desde 2018, a gente pula do dia 16 para o dia 18, mas agora o 17 é nosso”, fala outra publicação.
“Ela vai ficar livre, sexta Milla estará livre”, comenta Daniela Mercury em vídeo, ao dizer que esta é uma versão antifascista. “Pelo amor, pela democracia, pelo axé. Milla é nossa. Milla livre”, reforça uma publicação.
“Eu queria trazer o espírito da liberdade para a música, mudando completamente a roupagem dela. Por isso, entrei numa área que faz parte da minha história: a música eletrônica percussiva. Ficou incrível! Milla livre para sempre”, disse Daniela Mercury em entrevista ao site Hugo Gloss.
Nas redes sociais, o compositor Manno Góes comemorou o lançamento da nova versão 25 anos depois. “Milla livre! Desta vez com todo talento e alegria da mais importante artista do axé!”. O artista ingressou com ação na Justiça contra a deputada Carla Zambelli (PSL-SP), que passou a utilizar o trecho em que Netinho canta como “campanha”, pedindo indenização por danos morais. Em maio, logo após atos pró-Bolsonaro e antidemocráticos, Góes criticou Netinho no Twitter. “Netinho ontem cantou Milla no ato em que pessoas brancas, na Paulista, gritavam ‘eu autorizo’ para Bolsonaro. Autorizam o quê? Golpe militar? Portanto, eu NÃO AUTORIZO esse débil mental de cantar minha música. Já entrei na Justiça e retirarei todos os vídeos que tiverem isso”, escreveu à época.
Ouça a versão: