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Trabalho infantil no mundo aumenta pela primeira vez em 20 anos
O Dia Mundial contra o Trabalho Infantil é celebrado em 12 de junho.
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Agência BrasilO número de crianças vítimas de trabalho infantil aumentou pela primeira vez em 20 anos, atingindo 160 milhões no mundo, conforme anunciado nesta quinta-feira (10) pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
No relatório “Trabalho Infantil: estimativas globais de 2020, tendências e o caminho a seguir”, divulgado pelas duas instituições por ocasião do Dia Mundial contra o Trabalho Infantil, celebrado em 12 de junho, destaca-se a necessidade de medidas para combater a prática, que poderá ser agravada pela pandemia.
O documento destaca que, pela primeira vez em 20 anos, a evolução da erradicação do trabalho infantil “inverteu o sentido”, contrariando a tendência de queda registrada entre 2000 e 2016, período em que houve redução de pelo menos 94 milhões de crianças no mundo do trabalho.
Nos últimos quatro anos, esse aumento foi de 8,4 milhões de pessoas, diz o relatório divulgado nesta quinta-feira. “Cerca de 9 milhões a mais de crianças estão em risco devido aos efeitos da Covid-19” até o fim de 2022, e “esse número poderá aumentar para 46 milhões, caso não venham a ter acesso a medidas de proteção social essenciais”.
“Novas crises econômicas e o fechamento de escolas, devido à Covid-19, podem significar que as crianças trabalham mais horas, ou em condições agravadas, enquanto muitas outras podem ser forçadas às piores formas de trabalho infantil, devido à perda de emprego e rendimento em famílias vulneráveis”, alerta o documento.
O relatório mostra ainda um aumento substancial no número de crianças entre os cinco e os 11 anos que trabalham, representando mais de metade de todos os casos de trabalho infantil no mundo.
O número de crianças com idade entre cinco e 17 anos envolvidas em trabalhos perigoso, atividades laborais que podem prejudicar a sua saúde, segurança física ou desenvolvimento cognitivo aumentou 6,5 milhões desde 2016, situando-se atualmente em 79 milhões, acrescenta o relatório.
A publicação indica que 70% dos casos de trabalho infantil, o equivalente a 112 milhões de crianças, ocorrem no setor agrícola; 20%, o correspondente a 31,4 milhões de menores, nos serviços; e 10%, 16,5 milhões de crianças, na indústria.
O relatório adverte que “o trabalho infantil compromete a educação das crianças, restringe os seus direitos, limita as suas oportunidades futuras e contribui para a manutenção de ciclos de pobreza viciosos”.
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