Solidariedade Menstrual: ação doa absorventes de pano para mulheres em Camaçari

Empreendedoras camaçarienses se juntaram em uma ação solidária para doar absorventes de pano a mulheres em situação de vulnerabilidade social que vivem no município. O bazar Mary Desapega e o ateliê Coisas de Maria Tereza encabeçam o projeto.

“Muitas mulheres não têm condições de higiene íntima, como custear um absorvente a cada ciclo. Essa realidade é triste. E não só por isso, indo mais a fundo na temática, a pobreza menstrual fala também sobre as condições básicas sanitárias, como, por exemplo, o acesso à água potável para fazer a higiene pessoal”, comenta Maryane Meira, idealizadora do bazar e uma das organizadoras do movimento Solidariedade Menstrual.

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O projeto funciona da seguinte forma: quando o cliente compra qualquer livro do Mary Desapega, o valor deste será destinado à compra de absorventes de pano. No bazar é possível encontrar livros a partir de R$ 5.

“Pensamos no absorvente de pano porque pregamos a sustentabilidade, e nada mais justo que optar por uma alternativa ecológica. Nessa ação, ganha o meio ambiente e nós, mulheres. Parece contraditório, mas o movimento sustentável prega direito ao uso dos recursos naturais e, para isso, a preservação. A ausência de água potável é um problema sério, estrutural e político. O acesso ao recurso natural é uma das nossas lutas”, ressalta Meira.

A ação vai durar enquanto houver livros disponíveis para venda. A compra é feita pelo perfil do bazar no Instagram, onde também podem ser consultados os títulos à venda.

 

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Nayara Darlen, do ateliê Coisas de Maria Tereza, conta que começou a fabricar os absorventes de pano há quatro anos, diante da necessidade de uso e mudança de hábitos, quando passou a optar por utilizar e vender produtos sustentáveis. Agora, com o Solidariedade Menstrual, Darlen acredita que será possível devolver a dignidade a muitas mulheres, que poderão se sentir protegidas durante a menstruação “sem estar comprometendo a sua saúde íntima, que é muito importante. Pois muitas, sem recursos, usam os paninhos, outras histórias de até algodão, e é muito prejudicial”.

“Sigo acreditando que aos poucos mais pessoas irão entender que menstruar não é nojento, que ajudar mulheres que não têm recursos para este período que muda tanto com nosso corpo, nossa mente, nossos instintos, sejam alcançadas! Cada um fazendo um pouquinho dentro dos recursos que é permitido poderemos ir longe”.

*Matéria atualizada às 12h41, do dia 31 de maio de 2021, para inclusão de novas informações.