Opinião
Racistas não passarão, por Sonilton Santos
Cinco casos de racismo foram presenciados em menos de dois meses na Libertadores.
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Sonilton SantosEm menos de dois meses, os fãs de futebol presenciaram cenas lamentáveis de racismo na Copa Libertadores. Lamentáveis e corriqueiras. Precisamente falando, as cenas a que me refiro ocorreram durante o jogo entre River Plate e Fortaleza, na Argentina, no mês passado. Já neste mês, o fato se repetiu no Brasil, no duelo entre Corinthians e Boca Juniors. Novamente na Argentina, entre Estudiantes e RB Bragantino. Também no Equador, quando Emelec e Palmeiras se enfrentaram. Além desses casos, houve um episódio no Chile, quando o Flamengo visitou o Universidad Católica.
Foi isso mesmo que você leu: cinco casos de racismo em menos de dois meses na Libertadores. Desses cinco, todas as vítimas foram torcedores dos times brasileiros. Quatro casos em terras estrangeiras e um em solo nacional. Faz algum tempo que isso já não era presenciado durante o maior torneio futebolístico da América do Sul. No entanto, parece que os racistas sentiram falta e fizeram questão de demonstrar nas arquibancadas que o lado podre do futebol ainda existe. Cenas como bananas sendo atiradas, sons e imitações de macaco foram registradas e vistas por todo o mundo.
Depois desse show de horror nas arquibancadas, quem resolveu entrar em campo e tomar alguma atitude foi a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol). A entidade alterou o artigo do código disciplinar sobre discriminação e aumentou a multa aos clubes caso seus “torcedores” cometam atos racistas. A multa pode chegar a R$ 513 mil. Além disso, o time da torcida acusada poderá jogar sem público ou ter seu estádio parcialmente fechado.
Eu não sei se isso vai dar certo, mas torço para que sim. Não sou do time que gosta de jogar contra, mas também não visto a camisa da equipe que gosta de tapar o sol com a peneira. Contudo, esperava uma atitude mais firme da Conmebol. No mínimo, uma multa bem maior, perda de ponto e o banimento do racista dos estádios. Não basta o racista pagar uma multa e ser liberado, como no jogo do Corinthians e Boca Juniors, em São Paulo. Além de sofrer no bolso, o agressor tem de ser punido por suas atitudes racistas. Como diz Robin DiAngelo: “Não basta não ser racista, sejamos antirracistas”.
Enfim, nesta terça-feira (17), pela quinta rodada da Libertadores, os times brasileiros entram em campo novamente contra os argentinos e chilenos. Aguardemos o desfecho desses confrontos.
Sonilton Santos é camaçariense, fã de esportes, futebol e praia, estudante de Jornalismo e repórter do Destaque1. Ubuntu!
*Este espaço é plural e tem o objetivo de garantir a difusão de ideias e pensamentos. Os artigos publicados neste ambiente buscam fomentar a liberdade de expressão e livre manifestação do autor(a), no entanto, não necessariamente representam a opinião do Destaque1.
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