Durante a Operação Houdini, deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta quarta-feira (9), agentes cumpriram dois mandados de busca e apreensão, e um de prisão em Camaçari. A ação visa desarticular organização criminosa responsável por esquema milionário de descaminho de vinhos de origem argentina.
Mais de 100 policiais federais executam oito mandados de prisão preventiva e 28 de mandados de busca e apreensão nos estados do Rio Grande do Sul, São Paulo e Bahia. A Polícia Federal também executa ordens judiciais para o bloqueio de veículos, bens imóveis e contas bancárias.
No território baiano, além de Camaçari, a PF cumpriu um mandado de busca e apreensão em Cruz das Almas, cinco em Feira de Santana, dois em Santo Antônio de Jesus, um em Paulo Afonso e um em Lauro de Freitas, além de dois mandados de prisão preventiva em Feira de Santana.
A operação conta com o apoio da Receita Federal do Brasil e da Polícia Militar do Estado da Bahia. A investigação teve início em 2022, a partir da apreensão de uma carga de vinhos oriundos da Argentina, no município gaúcho de Horizontina, internalizados no Brasil sem a devida documentação legal.
Com o aprofundamento das investigações, a Polícia Federal mapeou os principais integrantes da organização criminosa e identificou que, de dezembro de 2020 a abril de 2022, o grupo movimentou mais de R$ 100 milhões.
Segundo a polícia, a carga ilegal ingressava no Brasil pela fronteira noroeste do Rio Grande do Sul, em embarcações que utilizavam portos clandestinos na margem brasileira do Rio Uruguai para descarregar a mercadoria. Posteriormente, o vinho era transportado para os estados de São Paulo e Bahia para ser comercializado.
Durante as investigações, foram realizadas oito apreensões vinculadas à organização criminosa, que totalizaram mais de 17 mil garrafas de vinho.
O nome da operação faz referência a Harry Houdini, que foi um dos mais famosos escapologistas da história, devido às suas habilidades de escapar de algemas, correntes, celas e prisões. Conforme a PF, da mesma forma, os membros da organização criminosa buscavam escapar das ações fiscalizatórias das autoridades policiais para promover a entrada ilegal de milhares de garrafas de vinhos argentinos.