Saúde
Oftalmologistas apontam para problemas oculares mais comuns em mulheres
A menopausa e a gravidez, por exemplo, podem torná-las mais vulneráveis.
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RedaçãoMês dedicado às mulheres, março tem como objetivo celebrar as conquistas femininas e reforçar cuidados diversos quando o assunto é saúde. Na oftalmologia, por exemplo, as mulheres podem ser mais vulneráveis ao desenvolvimento de problemas oculares, se comparadas aos homens. Isso ocorre por fatores diversos, sobretudo por questões naturais femininas, a exemplo da menopausa e da gravidez, sem falar em hábitos comportamentais que também podem ser prejudiciais, como explica Carolina Daltro, médica oftalmologista.
“No universo biológico feminino, temos as alterações hormonais como principais motivos para o surgimento de problemas oculares. No caso da menopausa, que corresponde ao último ciclo menstrual da mulher, ocorre a interrupção da produção de estrogênio, hormônio que pode causar alterações no filme lacrimal, levando ao quadro de olho seco, por exemplo”, explica Carolina Daltro.
A oftalmologista fala ainda da gravidez, que é um período marcado por mudanças físicas, emocionais e psicológicas nas mulheres. “A visão também pode ser afetada nessa fase da vida, pois há uma retenção natural de líquido no organismo, provocando não só inchaço nos pés, como pode [ocorrer] alteração do formato e da espessura da córnea e do cristalino, ocasionando mudanças refracionais, ou seja, no grau dos óculos e/ou das lentes de contato. Além disso, a gestação pode potencializar a sensibilidade à luz (fotofobia) e o aparecimento de ‘moscas volantes’, que são manchas na visão que se parecem com pontos ou fios pretos que flutuam diante dos olhos”, detalha a médica.
Carolina Daltro chama atenção para a pré-eclâmpsia, que provoca aumento da pressão arterial e eventualmente ocorre a partir da 20ª semana de gravidez, e o diabetes gestacional, que também podem acarretar perdas graves de visão. “Os quadros geralmente regridem logo após o parto, mas existe a possibilidade de sequelas, a exemplo do surgimento ou agravamento da retinopatia diabética (doença que pode levar à cegueira). Por isso, o acompanhamento oftalmológico é fundamental em todas as fases, e isso inclui a menopausa, a gravidez e o pré-natal. Mulheres que já têm condições pré-existentes, como diabetes e glaucoma, os cuidados devem ser redobrados”, recomenda a oftalmologista.
Envelhecimento da população
Christine Sampaio, também oftalmologista, destaca a expectativa de vida no público feminino; cerca de 79 anos nas mulheres, e 72 nos homens, segundo o IBGE. Dessa forma, a médica acredita que as mulheres estão ainda mais suscetíveis às doenças naturais do processo de envelhecimento, como a catarata, mais comum no público idoso, e a Degeneração Macular da Retina por Idade (DMRI), que causa a perda gradual da visão central em pessoas acima de 50 anos.
Além do envelhecimento natural, Christine Sampaio pontua outras possíveis causas para o surgimento de problemas oftalmológicos nas mulheres, “como diabetes e distúrbios autoimunes, questões genéticas, fragilidade do sistema imunológico, deficiência de vitaminas, além de hábitos não saudáveis de vida, como exposição excessiva ao sol e tabagismo, sem falar nas questões que envolvem estética, como uso frequente de maquiagem”, reforça.
Cuidados
Para Christine Sampaio, em todas as fases da vida, independentemente do gênero, além de consultas anuais ao oftalmologista, manter um estilo de vida saudável é o caminho para preservar a saúde dos olhos. “Não fumar, manter uma dieta equilibrada, praticar exercícios físicos regularmente, conhecer o histórico familiar e usar óculos escuros com proteção ultravioleta são algumas recomendações, sobretudo às mulheres, para preservarem a visão”, finaliza a oftalmologista, fazendo a ressalva de que tratamentos e diagnósticos precoces podem, sim, reverter quadros de problemas oculares.
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