Opinião
O que vem agora?
Enfrentamento ao mercado e militares, ênfase nas pautas de minorias e economia menos liberal marcam os dois meses do governo Lula.
Publicado
em
Por
Laiana FrançaNas primeiras horas do primeiro dia de 2023, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se tornou o único brasileiro a ser pela terceira vez presidente do Brasil. Após acirrada disputa eleitoral, o ex-sindicalista, que já possuía em seu currículo a experiência de dois mandatos consecutivos, retorna ao cargo.
É importante salientar que, no oitavo dia de seu mandato, o presidente Lula e toda a população mundial presenciou um dos mais duros golpes que a democracia brasileira já sofreu. O ataque aos Três Poderes é resultado de um governo golpista, além de um processo eleitoral polarizado e violento. As ações terroristas realizadas no Palácio do Planalto, no Congresso Nacional e no Supremo Tribunal Federal, revelaram a face dos verdadeiros inimigos da democracia no país, assim como validou o árduo trabalho que o presidente eleito e o Legislativo empregarão para a reconstrução desta nação.
Com uma narrativa de enfrentamento ao mercado, fortalecimento em pautas das minorias e economia menos liberal, Lula inicia seu terceiro mandato com teor mais esquerdista do que em 2003, e a escolha dos seus 37 ministros unifica uma nova gestão.
A presença de nove partidos na base de governo valida o discurso do presidente quando ainda candidato. O sortimento de ideologias fortifica o conceito de um governo democrático, retornando ao que o professor Sérgio Abranches denominou como “presidencialismo de coalizão”, que consiste em uma aliança política objetivando o desenvolvimento do país. Afinal, esse é o dever de todos que ocupam um cargo político.
Uma forte característica da nova equipe de governo se concentra na contemplação da diversidade de cor e raça, e uma maior participação feminina. Dos 37 ministros escolhidos pelo chefe de Estado, 11 são mulheres, dois indígenas e 11 negros (considerando as autodeclarações realizadas para o TSE).
É inegável o sentimento de esperança para os próximos anos na política brasileira. Contudo, enquanto brasileiros, contribuintes e eleitores, precisamos acompanhar, participar e cobrar, desde o vereador ao presidente da República. Todos que ocupam um cargo político não são nada além de funcionários do povo. O Brasil só alcançará níveis mais altos quando sua população entender que ela é a verdadeira provedora do país.
Laiana França é mercadóloga, pós-graduanda em Gestão Empresarial e estudante de Direito, além de feminista e militante dos direitos humanos.
*Este espaço é plural e tem o objetivo de garantir a difusão de ideias e pensamentos. Os artigos publicados neste ambiente buscam fomentar a liberdade de expressão e livre manifestação do autor(a), no entanto, não necessariamente representam a opinião do Destaque1.
Leia Também
-
Prazo para regularização e emissão de títulos eleitorais encerra na quarta
-
Lula sanciona marco legal dos jogos eletrônicos
-
Mundial de Revezamento: Brasil busca vaga olímpica neste fim de semana
-
“Precisamos levantar essa bandeira”, afirma Roma ao revelar projeto de ser candidato a governador em 2026
-
INSS antecipa 13º a aposentados e pensionistas que recebem acima do salário mínimo
-
“Temos muitos pensamentos que nos unem”, afirma Bruno Reis após apoio do PL a sua reeleição