Política
Milton Ribeiro deixa comando do MEC
O então ministro pediu hoje (28) exoneração do cargo.
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RedaçãoO ministro da Educação, Milton Ribeiro, pediu exoneração do cargo na tarde desta segunda-feira (28). A saída ocorre após inquérito da Polícia Federal e do Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga o favorecimento a pastores na distribuição de verbas do Ministério da Educação (MEC).
Milton Ribeiro entregou uma carta ao presidente Jair Bolsonaro (PL) em que falou que sua vida “sofreu uma grande transformação” desde a publicação das reportagens do Estado de S. Paulo e da Folha de São Paulo, que denunciaram o esquema.
O agora ex-ministro disse que decidiu deixar o cargo para que “não paire nenhuma incerteza sobre a minha conduta e a do governo federal”, e disse que “jamais realizou um único ato de gestão na pasta que não fosse pautado pela correção, pela probidade e pelo compromisso com o erário”.
“Não me despedirei, direi até breve”, escreveu Milton Ribeiro ao sinalizar que deve retornar ao MEC. “Depois de demonstrada minha inocência estarei de volta, para ajudar meu país e o presidente Bolsonaro na sua difícil, mas vitoriosa caminhada”.
O pedido de exoneração já foi publicado em edição extra do Diário Oficial de hoje. O atual secretário-executivo, Victor Godoy Veiga, assumirá o posto interinamente. Milton Ribeiro é o quarto ministro da Educação a cair. Antes passaram pelo MEC Ricardo Vélez, Abraham Weintraub e Carlos Decotelli.
Leia a íntegra da carta:
Desde o dia 21 de março minha vida sofreu uma grande transformação. A partir de notícias veiculadas na mídia foram levantadas suspeitas acerca da conduta de pessoas que possuíam proximidade com o Ministro da Educação.
Tenho plena convicção que jamais realizei um único ato de gestão na minha pasta que não fosse pautado pela correção, pela probidade e pelo compromisso com o erário. As suspeitas de que uma pessoa, próxima a mim, poderia estar cometendo atos irregulares devem ser investigadas com profundidade.
Eu mesmo, quando tive conhecimento de denúncia acerca desta pessoa, em agosto de 2021, encaminhei expediente a CGU para que a Controladoria pudesse apurar a situação narrada em duas denúncias recebidas em meu gabinete. Mais recentemente, em _, solicitei a CGU que audite as liberações de recursos de obras do FNDE, para que não haja duvida sobre a lisura dos processos conduzidos bem como da ausência de poder decisório do ministro neste tipo de atividade.
Tenho três pilares que me guiam: Minha honra, minha família e meu país. Além disso tenho todo respeito e gratidão ao Presidente Bolsonaro, que me deu a oportunidade de ser Ministro da Educação do Brasil.
Assim sendo, e levando-se em consideração os aspectos já citados, decidi solicitar ao Presidente Bolsonaro a minha exoneração do cargo, com a finalidade de que não paire nenhuma incerteza sobre a minha conduta e a do Governo Federal, que vem transformando este país por meio do compromisso firme da luta contra a corrupção.
Não quero deixar uma objeção sequer quanto ao meu comportamento, que sempre se baseou em pilares inquebrantáveis de honra, família e pátria. Meu afastamento do cargo de Ministro, a partir da minha exoneração, visa também deixar claro que quero, mais que ninguém, uma investigação completa e longe de qualquer dúvida acerca de tentativas deste Ministro de Estado de interferir nas investigações.
Tomo esta iniciativa com o coração partido, de um inocente que quer mostrar a todo o custo a verdade das coisas, porém que sabe que a verdade requer tempo. Sei de minha responsabilidade política, que muito se difere da jurídica. Meu afastamento é única e exclusivamente decorrente de minha responsabilidade política, que exige de mim um senso de país maior que quaisquer sentimentos pessoais.
Assim sendo, não me despedirei, direi um até breve, pois depois de demonstrada minha inocência estarei de volta, para ajudar meu país e o Presidente Bolsonaro na sua difícil mas vitoriosa caminhada.
Brasil acima de tudo!!! Deus acima de todos!!!
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