“Estou aqui na Secretaria do Turismo aberto à Prefeitura de Camaçari”, comenta Maurício Bacelar

Após cerca de dois anos na direção da Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), Maurício Bacelar foi direcionado pelo governador Rui Costa (PT) para assumir a Secretaria de Turismo do Estado (Setur).

Engenheiro civil de formação, o político já foi diretor técnico do Complexo Petroquímico de Camaçari (Copec); secretário de Obras de Dias d’Ávila; secretário de Habitação e Infraestrutura de Camaçari e diretor-geral do Departamento de Trânsito da Bahia (Detran-BA). Além disso, já concorreu ao cargo de prefeito de Camaçari em 2012, vereador de Camaçari em 2016 e deputado estadual em 2018.

Publicidade

destaque-1-lateral

Em entrevista ao Destaque1, Maurício Bacelar fala sobre os principais objetivos na Setur, como pretende colaborar para o desenvolvimento turístico de Camaçari, e também detalha sobre as relações políticas no município.

Destaque1 – Como o senhor pretende representar Camaçari na Secretaria do Turismo?

Maurício Bacelar – O papel da Secretaria Estadual do Turismo é promover o turismo em todo o estado da Bahia. A cidade de Camaçari tem um potencial muito grande. Como eu sempre disse, nós temos aqui em Camaçari os ingredientes naturais para desenvolver a indústria do turismo, mas, para que esse turismo se implante na cidade, é preciso primeiro que a prefeitura assuma as rédeas do ordenamento urbano da nossa cidade e, principalmente, da orla do nosso município. Este é o primeiro passo para que Camaçari se transforme em um grande destino turístico.

D1 – Quais os principais objetivos para a pasta? E, falando a nível de Camaçari, qual deverá ser a urgência do setor?

M.B – Primeiro nós temos que ver o ambiente no qual estamos vivendo. O Brasil e o mundo atravessam um momento muito difícil, que é a pandemia do novo coronavírus. Então, o nosso principal objetivo nesse momento é encontrar ações que possam mitigar a atividade turística com o combate à pandemia. O maior patrimônio que nós temos é a vida e ela não pode ser colocada em risco.

D1 – Desde o primeiro mandato de Rui Costa (PT), o senhor tem ocupado funções no primeiro escalão. Antes de assumir a Setur, estava à frente da Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab). Como se construiu a relação de confiança com o governador e de aposta no seu trabalho?

M.B – O governador Rui Costa tem confiado a mim funções e desafios muito grandes no Estado. Primeiro, me confiou a diretoria-geral do Detran, onde pude desenvolver ações, tornando a Bahia, no período que estive lá, o estado que mais diminuiu o número de mortes no trânsito no Nordeste e o terceiro no país por conta de ações educativas.

Já na Agência de Defesa Agropecuária do Estado, nós nos entrosamos com o setor produtivo, desenvolvemos ações que possibilitaram que a Bahia se tornasse líder em diversos setores da produção agrícola, bem como livre de diversas doenças e pragas, o que possibilita que os nossos produtos cheguem aos mercados mais exigentes do mundo.

D1 – O turismo foi uma das principais áreas afetadas pela pandemia da Covid-19, quais medidas o senhor pretende adotar para reverter esse quadro?

M.B – Assim que cheguei aqui na secretaria, reuni os diversos atores do setor turístico.  Montamos um grupo de trabalho composto pelos governos, iniciativa privada e sociedade civil. Esse grupo de trabalho irá propor ações a serem submetidas ao comitê estadual de combate à Covid para que a gente possa mitigar as ações do turismo sem ferir o combate à pandemia.

D1 – O senhor já passou pelo Complexo Petroquímico de Camaçari (Copec); Secretária de Obras de Dias d’Ávila; Secretaria de Habitação e Infraestrutura de Camaçari, Detran e pela Adab, como já citado. Quais expectativas para essa nova experiência na Setur, uma área completamente diferente?

M.B – A Secretaria do Turismo tem uma atuação transversal dentro do governo. Nós temos interface com todas as outras secretarias. Por exemplo: com a Secretaria de Infraestrutura, para podermos possibilitar o acesso das pessoas aos nossos destinos turísticos; com a Secretaria de Saúde, para proteger a saúde da população; com a Secretaria de Educação, para que a gente possa fazer ações de capacitação de mão de obra dos baianos para atuarem na área turística; com a Secretaria do Trabalho, para viabilizar empregos no turismo para os baianos.

Enfim, nós temos atuação com todas as outras secretarias, e um dos motivos que fez com que o governador Rui Costa me convidasse para vir atuar aqui no Turismo é exatamente esse: por ter transitado em diversas áreas do estado, eu tenho uma boa relação com todos os setores do governo, e aqui, na Secretaria do Turismo, acredito que isso será de importância muito grande para que a Bahia se torne realmente o maior polo de atração turística do país.

D1 – Enquanto candidato a prefeito em Camaçari, o senhor sempre cobrou mais investimentos para a área de turismo. Como pretende realizar esses investimentos agora na Setur?

M.B – Sempre disse que Camaçari, com suas belezas naturais e sua localização, pode se tornar o maior polo de atração turística da costa leste do Oceano Atlântico. Nós temos os ingredientes naturais do desenvolvimento do turismo: beleza natural e história.

Beleza natural com três barras de rio, quatro rios navegáveis, dunas, lagoas, um mar maravilhoso para as pessoas se banharem. E temos história, como a Igreja do Divino Espírito Santo, em Vila de Abrantes, uma das primeiras construções dos jesuítas no nosso país, bem como com a Aldeia Hippie em Arempebe, epicentro do maior movimento que a juventude do mundo já fez na década de 60.

Enfim, Camaçari pode se tornar, como é o meu sonho, o maior polo de atração turística da costa leste do Oceano Atlântico. Para isso, precisamos de ações da prefeitura. E agora a Prefeitura de Camaçari e o povo de Camaçari podem contar com a Secretaria do Turismo do Estado para que a gente possa, explorando as belezas naturais do nosso município, sem ferir o meio ambiente, gerar emprego e renda para os meus conterrâneos.

D1 – O senhor já foi aliado do atual vice-prefeito, José Tude, teve o apoio dele nas eleições de 2012, e hoje tem se firmado cada vez mais na oposição, na base do governador Rui Costa. Camaçari é seu campo de atuação política. Acredita que isso pode interferir na sua atuação à frente da Setur e no diálogo com o prefeito Elinaldo Araújo? De que maneira a sua trajetória política pode contribuir no comando da pasta?

M.B – A minha relação com José Tude vem de muitos anos. Tude foi amigo do meu pai, é amigo da minha família e nossa amizade não é abalada pelas nossas posições políticas. No momento, nós não estamos transitando no mesmo caminho político, mas as relações pessoais são independentes da atividade política. Tude foi meu grande parceiro na política de Camaçari e é um grande amigo, muito querido meu e da minha família.

Em relação ao prefeito Elinaldo, este começou na política a meu lado, caminhamos juntos por muito tempo e também guardo com Elinaldo uma relação muito boa de amizade. Estou aqui na Secretaria do Turismo do Estado aberto a José Tude, aberto ao prefeito Elinaldo, aberto à Prefeitura de Camaçari, para que possamos, juntos, viabilizar empreendimentos para a nossa cidade, para que, juntos, possamos amenizar o sofrimento que o povo de Camaçari enfrenta, principalmente neste momento de pandemia.

D1 – Como está a atuação do senhor no Podemos atualmente? Ainda é presidente em Camaçari?

M.B – Sim, eu sou presidente municipal do partido em Camaçari, mas, por conta da minha atuação no Executivo estadual, essa atividade tem sido desempenhada aí no município pelo meu companheiro Chico Tour. O Podemos é um partido da base do governador Rui Costa no estado da Bahia. Tem uma atuação firme no Congresso Nacional através do deputado Bacelar, que, coincidentemente, preside hoje a Comissão de Turismo do Congresso Nacional. Acredito que, com a atuação de Bacelar no Congresso Nacional e a minha presença aqui na Secretaria do Turismo, em breve nós vamos ter boas notícias para todos os baianos.