Salvador
Espetáculo ‘Tom na Fazenda’ ganha sessão extra no Teatro Isba na próxima sexta
Peça traz a sexualidade como ponto de partida para falar sobre homofobia, entre outros tópicos.
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RedaçãoA peça “Tom na Fazenda”, versão brasileira do texto do canadense Michel Marc Bouchard, chega a Salvador dentro da turnê pelo Norte e Nordeste brasileiro. Com apresentações previstas apenas para os dias 2 e 3 de setembro, o espetáculo teve os ingressos esgotados com 15 dias de antecedência. A procura levou à realização de uma sessão extra no dia 1º de setembro, às 21h.
A curta temporada marca a reabertura de mais um equipamento cultural soteropolitano, o Teatro Isba, em Ondina, fechado desde a pandemia. Todas as apresentações terão tradução em Libras. Os ingressos estão à venda na plataforma Sympla.
Sucesso nacional desde a sua estreia, em 2017, com mais de 60 mil espectadores em mais de 300 sessões, a montagem traz o ator Armando Babaioff interpretando o personagem do título, Tom, além de assinar a idealização e produção; o ator Gustavo Rodrigues (Francis); e as atrizes Soraya Ravenle (Ágatha) e Camila Nhary (Sara). Com direção de Rodrigo Portella, ganhador do prêmio de melhor diretor no Shell, “Tom na Fazenda” é um texto que traz temáticas contemporâneas e caras da nossa sociedade. Apesar de ser uma dramaturgia canadense, parece se passar no Brasil.
O espetáculo conta a história de Tom, homem gay, publicitário, que perde o companheiro e decide ir à fazenda da família de seu falecido amor para o funeral. Ao chegar, descobre que a sogra nunca tinha ouvido falar dele e, tampouco, sabia que o filho era gay e que mantinha esse relacionamento. Nesse ambiente rural e austero, Tom é envolvido numa trama de mentiras criada pelo truculento e violento cunhado, que fará de tudo para a mãe não saber que o irmão era homossexual. A peça, que coloca o espectador em um lugar ativo diante da história encenada, traz a sexualidade como ponto de partida para falar sobre a homofobia, a verdade, a mentira, a violência, o desejo e seus silenciamentos.
Na fazenda e diante das violências sofridas, mentir é a primeira condição de sobrevivência para Tom. Em um cenário minimalista, assinado por Toni Rodrigues, sangue e lama sujam as palavras e exacerbam os corpos e emoções desta trágica e universal dramaturgia. “Traduzir e depois produzir o espetáculo parte de um interesse peculiar meu para debater temáticas que me tocam cotidianamente e necessárias para todes. Acredito que, para assistir ‘Tom na Fazenda’, não é preciso ser gay para se identificar com o que acontece na dramaturgia. A peça fala sobre relacionamentos humanos e familiares, que são pertinentes a todos. Fala sobre o que precisa ser dito. No prefácio, Bouchard escreve: ‘Todos os dias, jovens gays são vítimas de agressão (…) Homossexuais aprendem a mentir antes mesmo de aprender a amar’”, descreve Babaioff.
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