Geral
Especialista orienta sobre como evitar e reagir a assédios no ambiente de trabalho
Problema atinge mulheres três vezes mais do que homens.
Publicado
em
Por
RedaçãoMais de 18,3% das mulheres já sofreram assédio sexual no trabalho, número que representa um índice muito acima dos homens – que é de 3,4%. Os dados são do levantamento da startup de aconselhamento jurídico Fórum Hub. A questão é que essa é apenas uma das violações, já que há também outros tipos de assédios que podem travar, incapacitar e adoecer, sobretudo o público feminino, no ambiente de trabalho.
De acordo com a especialista em bem-estar e médica do trabalho Ana Paula Teixeira, o ambiente de trabalho pode virar um grande carrasco para a vítima. Com medo, elas podem se calar, ou até mesmo denunciar, mas serem expostas às punições, como o descrédito e até mesmo demissão.
“Em linhas gerais, existem quatro principais tipos de assédio, como o sexual, moral, virtual e stalking. E, dentre eles, o sexual é muito impactante. Nunca é demais falar: ‘não é não’, seja para homens, seja para mulheres. Quem se sente assediado precisa munir-se de provas, incluindo registros como e-mail, conversas no WhatsApp, testemunhas, etc. Vale lembrar que todos esses elementos são importantes para efetuar uma denúncia, mas às vezes não são suficientes para a tomada de decisão. Isso porque muitas pessoas se calam por medo das consequências… de não conseguir outra colocação no mercado formal, ou pior, se culpam. E aí surgem os outros questionamentos: será que usei a roupa adequada? Fiz algum gesto que despertasse o interesse dele(a)? E não é por aí, a vítima nunca deve ser culpabilizada ou se sentir culpada por assédio de qualquer natureza”, detalha Ana Paula Teixeira.
Atingindo três vezes mais mulheres do que homens, o assédio é considerado uma epidemia no Brasil, como esclarece Ana Paula, enfatizando que a Justiça do Trabalho recebe, por dia, cerca de 6 mil processos somente dessa natureza. A especialista destaca ainda que o assédio pode desencadear sintomas relacionados à saúde física e mental das vítimas, que podem desenvolver depressão, ansiedade e/ou síndrome do pânico, por exemplo.
Nesse contexto, a especialista oferece sugestões para líderes que desejam ter um ambiente de trabalho livre de qualquer tipo de assédio:
- Promova ambientes seguros e acolhedores;
- Crie canais de denúncias anônimas, preferencialmente externos à empresa;
- Treine times e lideranças separadamente, informando quais são os limites de cobranças e feedbacks, além de questões mais pontuais quanto a comportamentos desconfortáveis;
- Tenha uma cultura contra os assédios. É imprescindível que o combate aos comportamentos não tolerados faça parte, de fato, da cultura empresarial.
Leia Também
-
Mega-Sena: prêmio estimado em R$ 3 milhões é sorteado neste sábado
-
Caixa paga parcela de abril do Bolsa Família a beneficiários com NIS de final 8
-
Local de prova do Concurso Nacional Unificado é disponibilizado nesta quinta
-
Beneficiários do INSS começam a receber o 13º a partir desta quarta-feira
-
Cássia Valle lança coleção sobre heroínas negras brasileiras na Bienal do Livro da Bahia
-
Após 18 anos, primeiro caso de cólera autóctone é registrado no Brasil; paciente é de Salvador