Camaçari
Em assembleia, professores aprovam fim da greve e retornam à sala de aula
“Foi um movimento vitorioso, mas infelizmente sem avanço por parte do governo”, avaliou a presidenta Sara Santiago.
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Mirelle LimaO Sindicato dos Professores e Professoras da Rede Pública Municipal de Camaçari (Sispec) aprovou, durante assembleia realizada nesta segunda-feira (11), o encerramento da greve e retorno imediato à sala de aula. O sindicato foi notificado pelo Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (TJ-BA), que determinou o retorno imediato de 100% dos profissionais às atividades, sob pena de multa diária de R$ 10.000, em caso de novo descumprimento da obrigação.
Em entrevista ao Destaque1, a presidenta do Sispec, Sara Santiago, ressaltou que apesar de não ter avançado no diálogo com o governo municipal, considera o movimento vitorioso. A greve durou 30 dias e as atividades foram retomadas no turno vespertino desta segunda.
“Foi uma greve vitoriosa, foi uma greve onde a categoria pautou a cidade, conseguimos dialogar com diversos setores, nós ocupamos toda a Camaçari, impressionante o quanto a comunidade esteve conosco apoiando, colocando palavras de incentivo. Então, foi um movimento vitorioso, mas infelizmente sem avanço por parte do governo. A intenção da greve é justamente a gente conseguir essas propostas viáveis para resolver os problemas da educação. Nós recebemos a notificação hoje de manhã via Tribunal de Justiça, nos autos com os nossos advogados e quem cumpre a lei somos nós professores, hoje a gente tem esse entendimento e por liminar estamos retornando às escolas”, explicou.
Sara ainda pontuou que o Sispec irá recorrer à liminar e seguirá com o movimento para buscar a abertura da mesa de negociação. “Nós estaremos recorrendo judicialmente para derrubar essa liminar e mesmo assim nós manteremos os nossos movimentos, os nossos atos, assembleias semanais porque a nossa luta é legítima. Continuaremos também juntamente com a prefeitura na tentativa de abrir a mesa de negociação com propostas viáveis, porque uma reunião onde não traz proposta nenhuma não é mesa de negociação, a mesa de negociação é quando traz proposta”, frisou.
“Nós temos o sentimento de vitória, embora não tenha um resultado direto com o contracheque, mas o sentimento da categoria é de que nós pautamos a cidade e nós provocamos a população a discutir os problemas reais do nosso município. Então a mensagem para os estudantes é, retornando a sala de aula, conversem com seus professores, perguntem seus professores o porquê da greve, o porquê de manter a greve por tanto tempo e quais são as pautas”, completou Sara.
Diretora jurídica do Sispec, Diana Cavalcante declarou que a greve não possui bandeira partidária. “Eu queria ressaltar aqui que a nossa greve em momento nenhum foi uma greve política partidarista. É política sim porque enquanto educadores nós somos agentes políticos somos agentes políticos que transformamos as vidas das pessoas, de cada um dos jovens, de cada uma das crianças que passam durante anos em nossas mãos. Vamos retornar sim, infelizmente, sem a vitória financeira, mas principalmente sem a vitória das reformas escolares das inaugurações das creches, do cuidador nas unidades escolares. Nenhum dos pontos que o prefeito ficou de acordar e que vem insistentemente dizendo que vem cumprindo, não cumpre. O prefeito falou que não iria dialogar com a categoria em greve, acabou a greve, será que agora ele vai ouvir os professores?”, afirmou.
Para a professora da Escola Municipal Clube de Mães, Diane Costa, a valorização dos professores reflete diretamente na qualidade da educação de Camaçari. “A sensação de ser injustiçada mas ser esse sabor eu utilizo ao meu favor para continuar lutando porque quanto mais eu sou oprimida enquanto professora enquanto categoria mas eu tenho força para não parar de ser professora e de seguir na categoria. Então só quem perde é o prefeito, ele perde quando as costas da gente. A prefeitura tem recurso para honrar com a nossa tabela de vencimento, a prefeitura tem recursos para honrar com as escola, então essa greve desde o início sempre foi pela educação. É óbvio que um profissional bem valorizado e respeitado ele trabalha melhor, isso é histórico, e um profissional humilhado e desvalorizado ele só rende pra si mesmo e se esforça para se render pros seus alunos”, ressaltou.
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