Entrevistas
Dom Dirceu pretende reforçar presença da Diocese em Camaçari
Em entrevista ao Destaque1, o bispo conta quais os principais projetos para a igreja no município.
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Mirelle LimaUm homem simples, de origens rurais, que cresceu no catolicismo. É assim que Dom Dirceu de Oliveira Medeiros, 48 anos, se define. Nomeado pelo Papa Francisco para ser o segundo bispo da Diocese de Camaçari, é natural de Barroso, em Minas Gerais, e foi ordenado presbítero em 15 de dezembro de 2001.
Na sua diocese de origem, São João del-Rei (MG), ele exerceu diversas funções, como animador diocesano das Campanhas da Fraternidade, Vigário Forâneo, Vigário Geral e Administrador Diocesano. No cenário nacional, exerceu a função de subsecretário adjunto geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e morou em Brasília de junho de 2019 a outubro de 2021.
A nomeação de Dom Dirceu como o segundo bispo diocesano da Diocese de Camaçari ocorreu em 27 de outubro de 2021, e a posse, em 19 de fevereiro deste ano. Em entrevista ao Destaque1, ele conta quais os principais projetos para a Diocese.
Destaque1 – Como foi para o senhor receber a nomeação de bispo em Camaçari?
Dom Dirceu – Eu confesso que eu não conhecia sequer a Bahia, embora seja um estado vizinho de Minas Gerais. A igreja é assim, o Papa vai vendo as necessidades da Igreja e pede que nós nos abramos à missão. Eu vim conhecer Camaçari quando tive uma passagem rápida, já depois da minha ordenação episcopal. Vim aqui no início de janeiro, vim com Dom Petrini, que é o administrador apostólico. Foi a primeira vez que pisei nesse solo e pude conhecer um pouco também de Salvador. E agora já estou aqui definitivamente.
D1 – Como tem sido esse período de adaptação?
DD – A adaptação se dá em vários aspectos, como no clima. Eu vim de uma região onde no inverno já enfrentei frio de 2°C, e agora mudo para um clima de litoral, mais úmido do que a minha região, quase não tem inverno. E também muda a questão da culinária, dos costumes, e a gente vai tentando perceber as riquezas que tem aqui, assim como eu trago riquezas da minha região, as minhas raízes da fé católica e do mundo rural. Trago muitas coisas boas na bagagem, muitos valores, e também há muitas coisas positivas que irei ganhar aqui. Na Igreja, a gente chama isso de enculturação, que é chegar nos lugares, respeitar o que há ali, procurando criar um clima de diálogo com a cultura local. Nem sempre é fácil, porque a gente tem as convicções, trazemos enraizados aquilo que é próprio da nossa cultura. A cultura nos marca profundamente, mas é importante se abrir e perceber as riquezas. Eu percebo que Camaçari é uma terra de oportunidades, e muita gente que aqui se instalou veio aqui com esse desejo de encontrar uma vida melhor.
D1 – Quais são suas principais expectativas para a atuação como bispo em Camaçari?
Assista:
D1 – O senhor já passou por diversos cargos dentro da Igreja. Como o senhor considera que essas experiências agregam seu trabalho na Diocese?
DD – A gente não pode olhar só uma parte da Igreja, só uma região. Nós estamos em comunhão com a Igreja no Brasil. Então é muito importante que nenhuma diocese trabalhe só por ela mesma, que fique isolada das demais iniciativas do episcopado nacional, e isso eu trago comigo, essa visão ampla do trabalho da Igreja no Brasil, dos desafios de cada região. E acho que a Diocese de Camaçari, que está muito bem organizada, muito bem consolidada, que apesar de ser uma diocese jovem, já começa a ter uma identidade, e isso é muito importante, que ela não viva à sombra de outras dioceses, que tenha sua marca própria. Dom Petrini fez um ótimo trabalho aqui e acho que há condição de se abrir para novas perspectivas, outros trabalhos, sempre em comunhão com a caminhada da Igreja no Brasil.
D1 – Atualmente, a Diocese de Camaçari atende oito municípios. Como o senhor pretende trabalhar para que haja a integração dessas cidades?
Ouça:
D1 – Quais melhorias o senhor avalia que precisam ser feitas na Diocese?
DD – Eu penso que a gente precisa reforçar a presença da Igreja, a presença pública da Igreja. Então, as estruturas que nós temos aqui, foi feito um esforço gigantesco. A Diocese é jovem, foi criada há 11 anos, já tem sua identidade, e eu acho que é preciso fortalecer o físico da igreja, a estrutura, acho que isso é um desafio que os padres têm encarado com seriedade. Eu queria destacar aqui o esforço dos padres, que na sua maioria leva uma vida simples, uma vida modesta, que tem diante dos olhos uma realidade por fazer, por construir. É uma diocese em movimento. A gente vê paróquias que começam a ter estruturas agora, às vezes improvisadas. As coisas em andamento, mas a gente vê a alegria dos padres de fazer acontecer esse desafio importante da estrutura física, que sem ela é impossível a igreja acontecer. É claro que a Igreja é o povo de Deus, que sem o povo não há estrutura, mas a estrutura também favorece. Esse é o desafio que a gente precisa, multiplicar as frentes de trabalho, e com simplicidade, tranquilidade, fortalecer essa presença física da Igreja.
D1 – Deixe uma mensagem para os camaçarienses.
Assista:
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