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Circo e Escola Picolino homenageia arte circense em apresentações gratuitas em Salvador
Após 20 anos, o circo pode ser deslocado devido às obras na orla de Pituaçu.
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RedaçãoO Circo e Escola Picolino, que hoje encontra-se ilha em meio a um canteiro de obras em Pituaçu, em Salvador, permanece sendo um celeiro para as artes circenses. Nos dias 16 e 17 de dezembro, às 17h, um espetáculo circense contemporâneo, com diversidade de técnicas circenses, incluindo aéreos, acrobacias, equilibrismo e outras expressões artísticas, acontecerá gratuitamente, ou no sistema pague quanto puder.
O espetáculo, resultado de uma residência artística contemplada pelo edital Diálogos Artísticos –Bicentenário da Independência na Bahia e com apoio financeiro da Fundação Cultural do Estado da Bahia, unidade vinculada à Secretaria de Cultura (Funceb/Secult-BA), conta com um elenco de linguagens artísticas diversas: Alice Cunha, Any Gonçalves, Ed Carlos, Felipe Cerqueira, Lara Boker, Luana Tamaoki Serrat, Marcelo Galvão, Nina Porto, Pedro Silva e Yerko Haupt.
A obra tem como mote os atuais processos do circo e as desafiantes convivências, existências e resistências diante das obras de requalificação da orla de Pituaçu, que podem vir a deslocar o picadeiro para outro espaço. O Picolino está aterrado há mais de 20 anos no mesmo local. A fonte de inspiração é a palavra “mudança” e toda a sua complexidade social.
“O Picolino está prestes a mudar de local, uma transformação que ecoa como uma jornada de vida, morte e renascimento. É uma despedida emocionada de um circo que deixou sua marca ao longo de 38 anos, uma celebração aos ancestrais mais próximos, como Anselmo Serrat e Clóvis Gonçalves. Cada artista residente traz consigo a mudança pessoal como bagagem para a cena”, pontua a artista circense Nina Porto, também publicitária.
O espetáculo é o resultado do encontro de 10 artistas de várias gerações e formações circenses diversas, sendo notável que 90% deles foram formados ou passaram pela Picolino. A dança e a música desempenharão papéis fundamentais.
Trata-se de uma obra coletiva que tem como provocação dramatúrgica a certeza de que o circo, através do Picolino, continua a cumprir sua missão. “Com este projeto, queremos defender a ideia de que sejam implementadas políticas públicas mais efetivas para apoiar os circos na Bahia”, realça o coletivo, ao recordar que, em 2007, o Picolino recebeu da Presidência da República a Ordem do Mérito Cultural em reconhecimento ao conjunto do seu trabalho.
Residência
De acordo com Marcelo Galvão, um dos idealizadores do projeto, ao lado de Luana Tamaoki Serrat, Nina Porto, Felipe Cerqueira, o principal objetivo da residência é o de oportunizar um espaço de criação e troca artística com a diversidade de artistas de circo, dança, teatro e outras artes, para aprimorarem suas habilidades técnicas e expandirem a criatividade.
Em meio às práticas e experimentações cotidianas, Luana, Nina, Felipe e Marcelo, que vêm acompanhado todo o processo de reforma do canteiro central da orla de Pituaçu, começaram no início de 2023 a se reunir com o propósito de refletir sobre as necessidades emergentes de corpos pós-pandêmicos e a ocupação artística no Picolino.
“O projeto nasceu da urgência compartilhada pelos artistas em relação à lona, à cidade e à necessidade de facilitar o encontro entre artistas para a coletiva reflexão e produção circense”, destaca Galvão, ao acrescentar que o projeto é uma das possibilidades de permanência das ações educacionais e artísticas do Circo Picolino, que pode vir a ser deslocado para outra área, devido à obra.
Herança
Se o Picolino é hoje a ancestralidade circense para muitos artistas, ele nasce dentro de outro circo, o Troca de Segredos. O casal Anselmo Serrat e Verônica Tamaoki, recém-chegados em Salvador com o grupo Tapete Mágico, em 1985, criam a Escola Picolino. Com eles, a filha Luana Tamaoki Serrat, que, em comunhão com um grande coletivo de artistas, administram o espaço, entre elas Nina Porto e Any Gonçalves, ambas filhas de artistas também circenses e que fazem parte da história de resistência que é o Picolino, uma herança e patrimônio material e imaterial do circo na Bahia.
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