Últimas
Camaçari inaugura primeiro museu sobre história e patrimônio cultural da cidade
O Museu Camassary está instalado na antiga Estação Ferroviária.
Publicado
em
Por
Camila São JoséFaltando cinco dias para o aniversário de Camaçari, que completará 264 anos de emancipação política no dia 28 de setembro, a prefeitura inaugurou nesta sexta-feira (23) o Museu Camassary. Instalado na antiga Estação Ferroviária, o local reúne a história da cidade, o patrimônio material e imaterial, desde o território indígena até os dias atuais.
“É um presente para a nossa população e para gente mesmo da gestão, que é uma cobrança da nossa população preservar a cultura do nosso município, como nós fizemos quando tombamos em Vila de Abrantes a Igreja do Divino Espírito Santo, como requalificamos o nosso Centro Cultural lá em Vila de Abrantes, estamos também requalificando o nosso Centro Cultural lá em Barra do Pojuca, como requalificamos o nosso Horto Florestal e hoje está aqui uma obra que tem três prédios, que é o nosso Cineteatro, Arquivo e o museu da cidade. Já entregamos a primeira etapa, que as pessoas podem visitar e conhecer a história da nossa cidade”, comemorou o prefeito Elinaldo Araújo (União).
O museu é o primeiro equipamento do projeto de revitalização do Centro Histórico de Camaçari, que ainda tem o Acervo Histórico e o Cineteatro. Toda a ação conta com investimento de R$ 2,5 milhões.
A previsão, conforme Elinaldo, é de que os outros dois prédios que integram o triângulo arquitetônico sejam entregues ainda este ano. “Vamos correr para entregar isso até o final do ano. Não depende só da gente, foram obras que tiveram dificuldades com a pandemia, teve um sobrepreço em vários itens, nós tivemos que reenviar os processos para os órgãos de controle para reavaliar, reajustar alguns contratos para que as obras possam ser avançadas de maneira legal”.
A Estação Ferroviária foi construída em 1861 e todo o seu processo de requalificação, junto com o chamado triângulo arquitetônico, foi feito em parceria com o Ministério do Turismo. A execução do Museu Camassary integra o subprograma da Secretaria de Cultura (Secult), Camaçari Nos Trilhos da Memória.
“O museu é um anseio coletivo, porque desde que o povo se junta e se reúne, as pessoas têm a necessidade manter viva a sua história. Então, desde que há Camaçari, há a necessidade de reunir essa história. Hoje, o prefeito Elinaldo foi só um instrumento, através do qual a gente conseguiu reunir essa história aqui no museu da cidade, é só o começo de um longo trabalho ainda. Agora que começa realmente o trabalho de educação patrimonial, porque a gente vai receber a sociedade e vai educar do que é Camaçari, do período pré-colonial até os dias atuais”, declarou a secretária de Cultura, Marcia Tude.
A titular da Secult ainda ressaltou que a pasta iniciará um processo para recebimento de arquivo histórico, com peças, imagens doadas pela população. “Nosso trabalho começa agora, o nosso trabalho de recuperação, de repatriação do nosso acervo que está espalhado por aí, afinal de contas nós não tínhamos um museu. Começa agora a nossa campanha para solicitar à toda comunidade, aos mais antigos que doem, que comecem agora. Porque agora a comunidade tem confiança, tem local para expor aquilo que será doado. Então, em breve a gente vai fazer a nossa campanha de solicitação de acervo para que a gente possa enriquecer o nosso museu”.
Com o passo dado hoje, Marcia Tude apontou que o planejamento da gestão ao revitalizar o Centro Histórico é também requalificar as praças Desembargador Montenegro e Abrantes, junto com a área do skate. “O objetivo é trazer o conceito de integração do centro antigo, com toda a ambiência, chegando até o Horto. Um calçadão integrado para que as pessoas possam caminhar, memoriais, gazebos, lugares de descanso espalhados ao longo dessa visita. Porque o Centro Histórico é para nós assim como o Pelourinho é para Salvador, então a gente vai cuidar dele com muito amor e carinho para que seja uma referência primeiro para nós, para orgulho de nós mesmos e depois par ao turista”.
Coordenador de Patrimônio de Camaçari, Átila Borges, destacou que a entrega do museu é resultado de um trabalho de seis anos e vem para relembrar e reforçar que o município tem muita mais história, memória e cultura para além da conhecida “árvore que chora”.
“Nós montamos tudo isso justamente para que os nossos pesquisadores, jovens, crianças e também adultos venham conhecer um pouco dessa história. Porque Camaçari ficou preso na questão da árvore que chora e Camaçari não é só a árvore que chora, Camaçari tem muita história ainda para que as pessoas venham conhecer”, frisou.
Ouça:
O processo para o garimpo do acervo foi feito a muitas mãos, entre elas a da curadora Kátia Cunha, sócia-diretora Musee D’art – empresa responsável pela montagem da exposição.
“A gente já trabalhando nessa exposição há quase um ano, no layout, na forma de fazer a exposição. Então, é uma pesquisa muito grande, muita intensa, uma pesquisa de pertencimento para a população de Camaçari. A gente quis mostrar, da melhor forma possível, como que eles poderiam absorver toda essa identidade de pertencimento da população de Camaçari”, disse Cunha.
“Pode observar a história tanto de Vila de Abrantes, quando iniciou Camaçari, a Bahia e o Brasil, e aqui foto da antiga estação, do antigo mercado, pessoas viveram essa evolução de Camaçari. Camaçari não tinha uma praça naquela época, tinha um mercado totalmente pequeno, encolhido e hoje vê o quanto Camaçari avançou, tanto na parte industrial, quanto na parte de turismo, avançou em todas as áreas. Isso, aqui hoje é preservar e respeitar a cultura do nosso município”, reforçou Elinaldo.
O tour
O tour começa pela história de Vila de Abrantes, onde Camaçari foi fundada. Em seguida, é possível passear pela riqueza arqueológica da cidade – até o momento, foram descobertos nove sítios arqueológicos, entre o Rio Joanes e Rio Pojuca. O museu ainda traz a cultura indígena, que tem influência direta na memória e identidade do município. A estrada de ferro, a implantação e expansão da linha férrea também estão presentes, bem como a formação do centro antigo até o Polo Industrial. Durante todo esse percurso, é possível conhecer um pouco mais de Camaçari por meio de telas interativas.
Os mestres da cultura não ficaram de fora. Vídeos documentários contando as suas trajetórias. O passeio encerra na ala das exposições temporárias, que agora abriga mostra sobre as praias e turismo de Camaçari. Segundo Kátia Cunha, a ideia que a área possa receber obras de diversos artistas da cidade.
“[Aqui] vai encontrar a história de Camaçari antes da chegada dos portugueses até a Camaçari contemporânea. A gente fez uma linha do tempo formando todos os acontecimentos, fatos históricos que tiveram em Camaçari, desde a sua primeira igreja, que é a oitava igreja do Brasil, onde Camaçari nasceu, que é Vila de Abrantes até Camaçari contemporânea, passando pelo Polo, passando por dados sobre educação, economia, arqueologia”, detalhou o orientador patrimonial, Jean Oliveira.
Ouça:
Inicialmente, a visita será por agendamento, através do e-mail agendamuseudecamassary@gmail.com ou pelo telefone (71) 3644-9814. O Museu Camassary funcionará de terça a sexta-feira, das 9h às 12h e das 13h às 17h. Às segundas-feiras, o museu permanecerá fechado para manutenção.
Devido ao tamanho do museu, Átila Borges sinalizou que será permitido apenas a entrada de 10 pessoas por vez, em um período de 10 minutos de visitação.
Leia Também
-
Projeto-piloto da feira livre do bairro Santo Antônio terá apoio do grupo ‘Mulheres das Enxadas’
-
Abril da Dança é marcado por oficinas artísticas gratuitas em Camaçari e segue até segunda
-
Eleições: Oswaldinho não descarta possibilidade de montar chapa ‘puro-sangue’
-
STT regulamenta táxis na cor branca para operarem no município
-
Horto Florestal recebe projeto Eco Dança nesta sexta
-
Em alerta laranja, Camaçari terá chuvas intensas até sábado