Entrevistas
“Nós somos fortes, o surdo precisa de apoio”, destaca Ester Militão
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O Dia Nacional dos Surdos é comemorado em 26 de setembro. O principal objetivo da data é desenvolver a reflexão sobre os direitos e inclusão das pessoas com deficiência auditiva na sociedade.
Em entrevista ao Destaque1, a presidente e professora de Língua Brasileira de Sinais (Libras) da Associação de Surdos de Camaçari (Ascam), Ester Militão, 22 anos, contou sobre a importância do dia e quais as principais dificuldades que a comunidade surda enfrenta na sociedade.
Destaque1 – Qual a importância desse dia para você e para a comunidade surda?
Ester Militão – A importância desse dia é que o surdo ele luta, mas não tem a igualdade, o surdo continua lutando e buscando acessibilidade, busca intérprete dentro das escolas. O surdo precisa de visibilidade, o surdo é capaz.
D1 – Como você se sente representada na sociedade?
E.M – Penso coisas boas da sociedade, mas a sociedade precisa dar visibilidade ao surdo, precisa conhecer o trabalho social, saber as informações sobre a cultura surda para poder divulgar, porque nós temos cultura e somos de um mundo diferente.
D1 – Quando falamos de inclusão, quais os avanços que são possíveis perceber atualmente?
E.M – Eu acho boa a inclusão, têm cidades que não tem acessibilidade, faltam muitos intérpretes, precisa de inclusão. Eu penso desse jeito, o surdo precisa de ajuda, de contato, de professores junto ao intérprete, não só um ouvinte, mas um interprete para que consiga absorver as informações. O surdo ele pensa diferente, para o profissional ensinar ao surdo ele precisa de um intérprete para o surdo adquirir conhecimento. Precisa de uma escola bilíngue, para uma inclusão verdadeira e o desenvolvimento, porque o ouvinte pensa diferente do surdo e não consegue adaptar, então, para o surdo entender precisa da adaptação que não tem.
D1 – E quais as dificuldades?
E.M – Dificuldade na comunicação, no médico, cursos e vários lugares porque não tem intérprete.
D1 – Quais os setores da sociedade que possuem menor acessibilidade para a comunidade surda?
A pior dificuldade é no médico, porque têm médicos que não sabem se comunicar com surdos, então não vai saber explicar uma doença.
D1 – Como é possível melhorar isso?
E.M – Bom, seria melhor no futuro que tivesse acessibilidade, a liberdade para se desenvolver. Por que através da acessibilidade e do apoio teria um futuro melhor.
D1 – Qual a importância da Ascam na sua vida?
E.M – A Ascam é importante na minha vida e eu gosto muito, porque se não tivesse a associação não aconteceria o desenvolvimento do surdo. Porque o surdo ele pensa diferente, o surdo já conhece, já tem experiência com outros surdos, sabe que a associação é um instituto para ajudar os surdos. Se não tiver, tem a dificuldade. Porque, nem toda família ajuda, nem toda família sabe Libras, aí precisa dessa associação.
D1 – Qual a mensagem que você quer deixar para a sociedade nesse dia tão especial?
Nós fomos fortes, o surdo precisa de apoio.
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