Na manhã desta quinta-feira (14), a sessão da Câmara de Camaçari foi interrompida por uma manifestação contra o Projeto de Lei nº 1147/2023, que institui o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Sustentável (PDDU-S) em Camaçari.
Os manifestantes pediram a suspensão da sessão e a retirada do projeto de pauta. O grupo afirma que não houve diálogo com a população e que diversos pontos do projeto seriam prejudiciais aos moradores da zona rural.
“Eles querem fazer a zona rural de zona urbana, e a gente não vai aceitar. Tem que acabar a sessão, porque o povo não entende o que é a lei, porque muitos não entendem, e eles aproveitam pra fazer isso. Não houve diálogo com a comunidade rural, a gente teve que implorar pra sermos ouvidos, é preciso respeitar a luta do povo agricultor”, relatou Sineide Cruz, moradora da localidade de Cancela.
Para Lurdes Pereira, moradora do Pião Manso, é preciso cobrar a valorização dos agricultores de Camaçari.
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“Eles tão obrigando a gente a vender nossa terra e ir pra outro lugar, porque a gente não vai ter condições de pagar, e quem vai tomar conta são os condomínios de luxo. Temos um governo que não faz nada lá, nem estrada a gente não tem, e agora o pouco que a gente tem eles querem tirar. Eu vejo que o agricultor tem que ser mais visto, porque o poder público vê a gente como invisível, e eles têm que entender que quem bota comida na mesa deles somos nós. Somos nós que trabalhamos na terra, somos nós que fazemos tudo, então eles têm que entender isso, e a gente tá sendo penalizado”, ressaltou.
O vereador Tagner Cerqueira (PT) destacou a importância da presença da população na Casa Legislativa. “O povo veio à Câmara para ver a votação do PDDU, esse PDDU que assusta a zona rural, esse PDDU que assusta o povo, que pra entrar nas praias agora vai ter que ter acesso controlado. Um PDDU pra atender a classe que quer tomar conta da cidade, e a gente tá aqui pra resistir junto com o povo”, pontuou o político.
Líder do governo, o vereador Júnior Borges (União) afirmou que o projeto do PDDU já foi discutido com a população durante audiências e oficinas.
“Toda e qualquer manifestação sempre foi avaliada por cada um de nós como legítima desde quando seja feita com democracia. O projeto do PDDU tem sido discutido em audiências e oficinas por muito tempo, então a população teve todo o direito de participar, e agora chega na Câmara Municipal. O movimento é legítimo, o que não dá é a invasão do plenário, porque acima de tudo temos que falar que o PDDU é crescimento da cidade, é o futuro da cidade, é geração de emprego e renda para nossa população”, declarou.
Responsável por presidir a sessão, o vereador Niltinho (PSDB) suspendeu as atividades presenciais e foi iniciada uma sessão virtual.
