Saúde
Festas juninas: mudanças no clima são gatilho para aumento de doenças respiratórias
Especialista diz que condição de saúde dos alérgicos pode piorar nesta época do ano.
Publicado
em
Por
RedaçãoA transição do outono para o inverno acende um alerta em relação às diversas doenças alérgicas e respiratórias, pois a mudança de estação propicia a propagação de vírus e a mudança de comportamento das pessoas, que ficam mais tempo em ambientes fechados. Na Bahia, mesmo sem um inverno rigoroso, o período coincide com os festejos de São João, que reúnem multidões e grandes aglomerações e ainda espalham na atmosfera muita fumaça, fuligem e produtos químicos com cheiros fortes, derivados da queima de bombinhas, rojões e espadas.
De acordo com o otorrinolaringologista André Anjos Apenburg, da Otorrino Center, as constantes inversões climáticas pelas quais o soteropolitano passa nesta época do ano, com temperaturas um pouco mais baixas, maior umidade causada pelas chuvas abundantes e incidência de ventos fortes alternados com períodos de sol e abafamento, podem desencadear também as crises de rinite não alérgica, de origem vasomotora, pois essa forma da doença está relacionada com a mudança brusca de temperatura, que altera a contração dos vasos sanguíneos do nariz.
A rinite consiste em uma inflamação da mucosa nasal, podendo acontecer nas formas aguda, crônica, infecciosa e alérgica (mais comum e geralmente desencadeada pelo contato com poeira, pólen, fungos, ácaros, pelos de cães e gatos, dentre outros). A obstrução nasal, coriza, espirros seguidos, coceira no nariz, na garganta, nos olhos e nos ouvidos são os sintomas mais típicos e desconfortáveis. “Seja de origem alérgica ou vasomotora, a rinite acontece com mais frequência nesta época, por haver maior alternância de temperatura e por se tratar de um período com maior circulação de vírus respiratórios”, explica ele.
“Sempre que há um fator viral, ele pode desencadear uma crise da parte respiratória, como quando a gente pega uma roupa ou cobertor que não foram bem armazenados e estão cheios de ácaros, que vão deflagrar crises de rinite. São comuns também os episódios desencadeados pelo frio, como o da pessoa que entra em um local com ar-condicionado e começa a espirrar”, afirma André Apenburg.
Segundo o médico, os antialérgicos são bastante eficazes no tratamento das rinites, mas como as pessoas alérgicas geralmente apresentam sintomas diários e frequentes, não é recomendado tomar medicação todos os dias. Existem outras estratégias que podem melhorar o controle da doença, como a imunoterapia, conhecida como a vacina da alergia, que consiste em ensinar o corpo a parar de reagir contra a substância que provoca a alergia, o chamado gatilho. Esse tratamento pode ocorrer de forma sublingual ou por via subcutânea e injetável.
Dicas para evitar crises de rinite
As principais recomendações feitas pelo médico para evitar quadros de rinite e sua evolução para resfriados e gripes envolvem a ingestão de líquidos, boa alimentação, repouso e tratamento medicamentoso para alívio dos sintomas. Para as pessoas alérgicas, outros cuidados se fazem necessários, como manter o ambiente limpo e arejado, não usar espanador, passar pano úmido no chão e superfícies de contato, descartar produto de limpeza com cheiro forte, usar capas antialérgicas em colchões e travesseiros e guardar as roupas que não vão ser usadas armazenadas em sacos a vácuo. Uma alternativa para quem não tem como fazer o fechamento a vácuo é guardar as peças em uma sacola, fechar bem e, quando for usar as roupas, lavar na máquina em temperatura acima de 60ºC e passar a ferro quente.
Em regiões da Bahia onde o clima pode ficar mais seco, o uso do umidificador é recomendado, mas é preciso tomar cuidado para não exagerar no uso, porque isso pode facilitar a proliferação de ácaros e fungos, de acordo com o especialista.
Doenças respiratórias mais comuns e seus sintomas
Resfriado: coceira no nariz, congestão nasal, coriza, irritação na garganta, tosse, dor no corpo e dor de garganta leve, com duração de dois a quatro dias.
Gripe: possui sintomas parecidos com o resfriado, porém mais fortes, incluindo febre, tosse persistente, garganta inflamada, dores na cabeça, no corpo e nas articulações, calafrios e fadiga, com duração de cinco a sete dias.
Covid-19
A ciência já sabe que o SARSCOV-2 pode provocar uma grande variedade de manifestações, das mais leves e quase assintomáticas às mais graves, com a ocorrência de febre, tosse, dor na garganta e cabeça, coriza, perda de olfato e paladar, calafrios e fadiga por cerca de 15 dias. Além de desconforto respiratório agudo, insuficiência respiratória e pneumonia grave, o paciente pode ficar com sequelas por um grande período e até mesmo ir a óbito.
Mesmo com a diminuição de casos de Covid-19, ainda é preciso manter cautela, usando, sempre que possível, o distanciamento social, o uso de máscaras, a utilização de álcool em gel 70% e a higienização das mãos, mas o método mais eficaz de prevenção continua sendo a vacinação. “Como os sintomas podem ser confundidos, a dica é fazer imediatamente o isolamento e buscar orientação de um médico, a fim de fazer a testagem e iniciar os cuidados específicos”, explica.
Leia Também
-
Operação Força Total reforça policiamento em 417 municípios baianos nesta terça
-
Inscrições de profissionais de dança e teatro para projetos da Funceb encerram nesta terça
-
“As portas estão abertas”, celebra Flávio após retorno de atendimento espontâneo na emergência do HGC
-
Trio morre em troca de tiros com a polícia em Simões Filho; um integrava o Baralho do Crime
-
TCM aprova contas de 2022 da Secretaria de Saúde de Camaçari na gestão de Elias Natan
-
Arraiá do Horto: ingressos para segunda edição já estão disponíveis