Últimas
Em 10 anos, 30 líderes quilombolas foram assassinados, diz Conaq; 11 casos na Bahia
O último crime foi o de Mãe Bernadete em Simões Filho.
Publicado
em
Por
RedaçãoEm 10 anos, pelos menos 30 lideranças quilombolas foram assassinados no Brasil, segundo levantamento divulgado pela Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) na última sexta-feira (18). De acordo com o órgão, a maioria das vítimas liderava territórios quilombolas e os assassinatos ocorreram dentro dos quilombos e com uso de armas de fogo.
Os estados com maior número de assassinatos são Bahia (11), Maranhão (8) e Pará (4). Há casos registrados também em Pernambuco, Paraíba, Minas Gerais e Alagoas.
O caso mais recente aconteceu na última quinta-feira (17), e vitimou a líder do Quilombo Pitanga dos Palmares, Yalorixá e ex-secretária de Promoção da Igualdade Racial de Simões Filho (BA), Maria Bernadete Pacífico, de 72 anos. Criminosos teriam invadido a comunidade, feito familiares reféns e executado Mãe Bernadete a tiros dentro de casa. O filho dela, Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, mais conhecido como Binho do Quilombo, também foi executado há quase seis anos.
“O caso de Mãe Bernardete se junta a esses assassinatos que estão sem resolução nenhuma. Essa situação é muito grave. Trinta pessoas tiveram as vidas ceifadas ao longo dos anos. Queremos cobrar do Estado brasileiro uma posição. Não dá para o Sistema de Justiça ignorar as violências que acontecem nos territórios quilombolas”, afirma o coordenador da Conaq, Denildo Rodrigues, em nota divulgada pela instituição.
Para o Rodrigues, a maioria dos assassinatos estão relacionados a pressões sobre os territórios quilombolas. “Existe uma disputa por terra muito ferrenha da qual nós negros e negras, apesar de estarmos nos territórios há mais de 400 anos, foi negado a nós o direito à terra. Isso é fruto do racismo fundiário que existe no país e esse racismo é responsável por deixar pessoas longe da terra”.
A Conaq cobra do Estado brasileiro resposta às execuções.
Caso Mãe Bernadete
A Polícia Federal (PF) abriu inquérito nesta sexta-feira (18) para investigar o assassinato de Maria Bernadete Pacífico Moreira. A Superintendência da PF na Bahia também é responsável pela investigação do assassinato do filho da líder quilombola, ocorrido em 19 de setembro de 2017.
Uma comitiva com representantes dos ministérios da Igualdade Racial, Justiça e Direitos Humanos está na Bahia para realizar reuniões presenciais junto aos órgãos do estado e prestar atendimento aos familiares das vítimas para que seja garantida proteção e defesa do território.
Leia Também
-
Assaí Atacadista abre mais de 100 vagas para Salvador, região metropolitana e interior da Bahia
-
Ivoneide representa Bahia em evento sobre inovação e desenvolvimento no Rio de Janeiro
-
Prazo para regularização e emissão de títulos eleitorais encerra na quarta
-
Lula sanciona marco legal dos jogos eletrônicos
-
Com entrada gratuita, 35ª Bienal de São Paulo chega a Salvador
-
Mundial de Revezamento: Brasil busca vaga olímpica neste fim de semana