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Educação: um passo para o futuro, por Edvaldo Júnior
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Edvaldo Jr.“Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.” – Paulo Freire.
O debate em torno da qualidade da educação e da escola tem ganhado algum grau de importância, em alguns casos, apenas como retórica, na agenda dos movimentos sociais, pesquisadores, estudantes, pais e governos. Dentro dessa agenda é preciso ressaltar que no Brasil a efetivação de uma escola de qualidade se apresenta como um grande desafio, dado o tamanho de nossa diversidade social, cultural, política e econômica. Qualquer modelo educacional que não pretenda levar em consideração essas variáveis, continuará sendo mais do mesmo. Bem verdade que nas últimas décadas registrou-se uma melhoria no que se diz respeito ao acesso e cobertura, sobretudo no ensino fundamental. O que não foi possível melhorar no tocante a uma aprendizagem mais efetiva.
Conferenciar sobre tais ideias nos remete a pensar sobre um conjunto de determinantes que de alguma forma interfere no processo das relações sociais mais amplas, passando por questões macroestruturais como concentração de renda, desigualdade social, educação como direito, entre outros. A tradução da dinâmica educacional vai muito além das edições de leis e decretos ou mensuração de resultados, é na escola que as manifestações se desenham na prática, através de posturas que se apresentam como representações da arquitetura social. É a percepção do macro no micro, é o enredo da convivência relacional que se revela dona da verdade.
É na trama condicionante do sistema educacional entre o legal e o real que alguma cultura se apresenta hegemônica diluindo diferenças e negando histórias. Daí a importância de retomar as dimensões sociais das políticas educacionais e de alguma forma reconstruir o fio que parece ter se rompido com a passagem do tempo entre escola e cidadania. Isso se constitui no desenvolvimento pessoal e na construção de identidades, universalização da relevância como fator coibidor da exclusão, a autonomia e a defesa da diversidade como condições da inserção das dimensões sociais e produtivas.
É importante ressaltar que qualquer mudança educacional que vise de alguma forma uma emancipação humana, precisa ser direcionada pela cidade, porque é nela que diferentes práticas educativas muitas vezes contraditórias se expressam, a partir de modelos que conforma os indivíduos á lógica do capital, submetendo as referências morais, os valores e as habilidades a serem aprendidos a uma necessidade abusiva de acumulação, ou outras que faz acontecer forças capazes de estabelecer modelos de emancipação civilizatória. Portanto, a cidade é responsável por uma dimensão educativa que produz em seus diversos territórios de formas singulares de organização permitindo que os indivíduos produzam e socializem seus modos de vida. Dessa forma, se quisermos atingir algum modelo de educação possível de emancipar os homens, é urgente reformularmos nossa ideia de cidade.
A todos os meus professores, muito obrigado.
Edvaldo Jr., historiador, pós-graduando em Direito Público Municipal, professor e palestrante.
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