Economia
De 2019 para 2020, com efeitos da pandemia, PIB baiano encolhe 4,4% e chega a R$ 305,3 bilhões
Recuo entre um ano e outro representou o sexto pior resultado do país.
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RedaçãoO Produto Interno Bruto (PIB) da Bahia para o ano de 2020 foi estimado em R$ 305,3 bilhões, dos quais R$ 268,2 bilhões equivalem ao valor adicionado bruto (renda líquida gerada pelas atividades econômicas) e R$ 37,1 bilhões são referentes aos impostos, líquidos de subsídios, sobre produtos.
As informações divulgadas hoje (16) pelo IBGE são do Sistema de Contas Regionais (SCR) 2020, que traz o PIB por estado.
Com esse resultado, no primeiro ano marcado pela pandemia de Covid-19, a economia baiana teve uma queda de 4,4% em volume (descontados os efeitos dos preços), frente a 2019. Foi o primeiro recuo do PIB no estado após três anos, nos quais houve estabilidade em 2017 (0%) e avanços em 2018 (2,3%) e 2019 (0,8%).
O PIB da Bahia apresentou, entre 2019 e 2020, um desempenho inferior ao do Brasil como um todo, tendo o sexto pior resultado entre as 27 Unidades da Federação.
Entre 2019 e 2020, o PIB brasileiro voltou a cair (-3,3%) após três altas seguidas. Dos 27 estados, 24 tiveram retrações, com os piores resultados sendo registrados no Rio Grande do Sul (-7,2%), Ceará (-5,7%) e Rio Grande do Norte (-5%).
Os únicos três estados que não viram o volume do PIB recuar, entre 2019 e 2020, foram Mato Grosso do Sul (0,2%) e Roraima (0,1%), com discretas variações positivas, e Mato Grosso (0%), que apresentou estabilidade.
Mesmo com a queda verificada em 2020, a participação da Bahia no valor do PIB nacional se manteve estável, em 4%. O estado seguiu também como a sétima maior economia do país e a maior do Norte/Nordeste.
Entre 2019 e 2020, ganharam participação no PIB nacional Pará (passando de 2,4% para 2,8%), Mato Grosso (de 1,9% para 2,3%), Minas Gerais (de 8,8% para 9%), Santa Catarina (de 4,4% para 4,6%), Mato Grosso do Sul (de 1,4% para 1,6%), Paraná (de 6,3% para 6,4%), Goiás (de 2,8% para 2,9%), Maranhão (de 1,3% para 1,4%), Rondônia (de 0,6% para 0,7%) e Tocantins (de 0,5% para 0,6%).
Por outro lado, os estados que tiveram reduções na sua fatia do PIB nacional foram Rio de Janeiro (caiu de 10,6% para 9,9%), São Paulo (de 31,8% para 31,2%), Rio Grande do Sul (de 6,5% para 6,2%), Distrito Federal (de 3,7% para 3,5%), Pernambuco (de 2,7% para 2,5%), Espírito Santo (de 1,9% para 1,8%) e Rio Grande do Norte (de 1% para 0,9%).
Maiores quedas
Entre 2019 e 2020, dos três grandes setores produtivos baianos, dois apresentaram retração em volume: os serviços (-6,9%) e a indústria (-0,4%). Por outro lado, a agropecuária (10,5%) teve um importante crescimento no período.
Os serviços foram os mais afetados pela pandemia, e isso foi determinante para o seu recuo (-6,9%). O setor gerou um valor adicionado bruto de R$ 180,7 bilhões em 2020, e, embora continue representando a maior fatia na economia da Bahia, teve uma importante diminuição na participação no valor adicionado do PIB estadual, de 71,3% em 2019 para 67,4% em 2020, o menor patamar desde 2010.
As maiores quedas em volume nos serviços na Bahia foram registradas em serviços domésticos (-29,2%); alojamento e alimentação (-28,1%); transporte, armazenagem e correio (-14,5%) e artes, cultura, esporte e recreação e outras atividades de serviços (-11,4%).
Já a indústria baiana apresentou uma retração menos intensa entre 2019 e 2020 (-0,4%), gerando um valor adicionado de R$ 59,5 bilhões. Apesar da queda, o setor teve um pequeno ganho de participação na economia do estado, saindo de 21,8% em 2019 para 22,2% em 2020.
A indústria de transformação, que tem o maior peso no estado, apresentou variação negativa em volume (-0,3%), mas ganhou participação por conta da atividade de refino de petróleo, em que houve redução de custos. Entre os demais segmentos industriais, houve quedas na indústria extrativa (-3,7%) e na construção (-2,3%), enquanto eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação cresceu 2,5%.
Por sua vez, a agropecuária baiana apresentou em 2020 um crescimento de volume significativo (10,5%), gerando um valor adicionado bruto de R$ 28 bilhões. Com isso, a atividade teve um expressivo ganho de participação no PIB do estado, passando de 6,8% para 10,4% de todo o valor gerado, maior patamar em 13 anos (desde 2007).
O acréscimo em volume foi puxado pela atividade de agricultura, inclusive apoio à agricultura e a pós-colheita, que cresceu 16%, devido principalmente ao cultivo de soja, mas também aos cereais e outras lavouras temporárias.
Crescimento médio
Com a queda frente a 2019, ao se avaliar o período de 2002 a 2020, o crescimento médio anual do PIB baiano foi de 1,7%. Houve uma redução no ritmo de avanço da economia no estado, uma vez que a taxa era de 2,1% ao ano (a.a.) até 2019. O resultado da Bahia está também abaixo do verificado no país como um todo, que cresceu, em média, 2% ao ano entre 2002 e 2020.
O avanço médio anual do PIB baiano entre 2002 e 2020 foi o quinto menor entre as 27 Unidades da Federação e o segundo menor do Nordeste, acima apenas do registrado no Rio Grande do Norte (1,6% ao ano).
Mato Grosso (4,7% a.a.), Tocantins (4,4% a.a.) e Roraima (3,9% a.a.) tiveram os maiores crescimentos anuais médios entre 2002 e 2020, enquanto Rio de Janeiro (1,1% a.a.), Rio Grande do Sul (1,2% a.a.), Rio Grande do Norte (1,6% a.a.) e Minas Gerais (1,6% a.a.) apresentaram as menores médias.
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