Camaçari
Beijuzeiras do Quilombo de Cordoaria produzem beijus através de plantas alimentícias não convencionais
Beterraba, cenoura, maracujá, capim-santo e a flor Clitória são exemplos de matérias-primas utilizadas.
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RedaçãoDistante 20 km do centro de Camaçari, o Quilombo de Cordoaria, comunidade rica em história, cultura e tradição, é conhecido pelos saborosos beijus artesanais, iguarias passadas de geração em geração, preservadas e aprimoradas pela Associação de Mulheres Beijuzeiras do Quilombo de Cordoaria. Eles são feitos a partir de uma massa tradicional de mandioca ou aipim, tornando-se especiais devido ao uso de ingredientes naturais como Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs), legumes e verduras, que conferem cores e aromas singulares. Beterraba, cenoura, maracujá e capim santo são exemplos de matérias-primas que enriquecem a variedade de sabores oferecidos.
As PANCs são fontes de biodiversidade alimentar nem sempre valorizadas como merecem. No entanto, a Associação de Mulheres Beijuzeiras do Quilombo de Cordoaria está mudando essa realidade ao incorporá-las em suas tapiocas. Um exemplo é o Beiju de Clitória, feito da flor de mesmo nome, também conhecida como feijão-borboleta ou cunhã, uma fonte alimentícia e medicinal.
Para Jaciara de Santana Calheiros Santos, a tradição do preparo dos beijus é muito mais do que uma simples técnica culinária. “É um aprendizado de geração em geração. A gente fala que já aprendemos na barriga da mãe, porque elas estavam grávidas e fazendo esses beijus. Nossas mães não tinham a esperteza dos filhos, que hoje buscam mais conhecimento e organização coletiva. Com uma associação se vai mais longe, com um grupo de mulheres organizadas, com uma cooperativa. Antes era todo mundo na sua produção individual”, ressalta.
Beneficiada com os serviços de Ater Mulher Rural, que tem como objetivo dar visibilidade às mulheres rurais com acompanhamento técnico e formações essenciais de gênero, a comunidade realiza encontros, promove oficinas e eventos de aprendizado de técnicas locais que envolvem tanto as mulheres mais experientes quanto as jovens, que carregarão consigo essa tradição para novas gerações.
Os produtos são comercializados em feiras livres e mercados, a exemplo da feira realizada pela Superintendência da Agricultura Familiar (Suaf/SDR), na entrada do prédio da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura (Seagri), no Centro Administrativo da Bahia (Cab), que acontece quinzenalmente, às terças-feiras. Eles também podem ser encomendados pelos perfis nas redes sociais da associação.
”Nosso objetivo é fortalecer ainda mais os grupos produtivos liderados por mulheres quilombolas, promovendo a transformação das comunidades atendidas e incentivando também a criação de grupos produtivos onde ainda não existem, aproveitando as habilidades e atividades produtivas já presentes nas comunidades”, ressalta Daijani Garcez, da Coordenação de Jovens, Mulheres, Povos e Comunidades Tradicionais da SUAF/SDR.
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