Salvador
Espetáculo ‘Cintilante’ discute feminilidade e liberdade no Teatro Sesi Rio Vermelho
Apresentações ocorrem aos sábados e domingos.
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RedaçãoO solo “Cintilante” estreou com casa cheia neste primeiro fim de semana de julho e segue em cartaz até o fim do mês, aos sábados e domingos, às 20h, no Teatro Sesi Rio Vermelho. Idealizado pela atriz Cibele Marina e pelo dramaturgo Gildon Oliveira, o espetáculo tem texto assinado por ele e interpretação dela, sob direção de Tacira Coelho, contando a história da manicure Leydyanne, que, às voltas com seus atendimentos, acumula histórias, descobertas e filosofias de vida. Ingressos custam R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia), à venda pela plataforma Sympla e no local.
O projeto, iniciado em 2018, surgiu a partir do desejo de discutir os cárceres dos femininos, reais e subjetivos. A pesquisa para construção da obra começou dentro da penitenciária feminina de Salvador, onde o machismo e a misoginia tomam concretude ainda mais evidente. Os encontros com as mulheres ali encarceradas revelaram insubmissões e coragens, ensinando que o levante feminino é capaz de provocar rachaduras no sistema. Em meio ao cinza das grades, o ato insurgente de pintar as unhas logo se mostrou uma arma capaz de marcar o que é cada interna: escolher a própria cor significa enfrentar uma estrutura que insiste em anular suas identidades. Em “Cintilante”, tais estratégias de valorização de subjetividades e representações de realidades surgem como um motim contra silenciamentos, subalternidades e vulnerabilidades.
A partir disso nasceu Leydyanne, uma manicure e pedicure de meia-idade que, atravessada pelas memórias sobre sua mãe, uma mulher presidiária, exercita a liberdade e não se deixa aprisionar por nada e nem por ninguém. O relato de sua conjuntura de vida e de seu trabalho vão exibindo suas peculiaridades, busca por autenticidade e autoconstrução. De personalidade forte, extrovertida e sagaz, mas com a resiliência de quem pertence à base socioeconômica, ela conduz a um caminho delicado e ao mesmo tempo contundente. As clientes lhe transformam em “terapeuta da vida”; as unhas simbolizam suas experiências e visão de mundo. Vêm delas, e dos inventivos nomes de esmaltes, as suas teorias e metáforas sobre a existência.
Completam a ficha técnica da cena Ana Paula Bouzas, na assistência em atuação; Dayana Brito, na direção de movimento; Amannda Mattos, na direção musical e trilha sonora; Zuarte Júnior, no cenário e figurino; Fábio Espírito Santo, na iluminação; Victor Hugo Sá, na operação de luz; e Leonardo Telles, na maquiagem.
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