Opinião
Emergências climáticas: Camaçari precisa falar sobre isso!
A cidade que possui o maior polo industrial misto do Hemisfério Sul amarga pela ausência de uma agência reguladora do ar.
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Kaique AraNos últimos dias, nos deparamos com imagens assustadoras das enchentes e inundações sofridas em diversas cidades do Rio Grande do Sul. Aproximadamente, 400 mil pessoas precisaram abandonar suas casas, e a quantidade de vitimas fatais dessa tragédia ultrapassa 107 pessoas, segundo atualizações da Defesa Civil do Estado, até a ultima quinta-feira (9).
No Nordeste, em outro ponto, com identidade climática completamente distinta do Sul do país, mais precisamente no Maranhão, mais de 30 cidades anunciaram estado de emergência por conta das fortes chuvas e das enchentes, que provocaram o evacuação de quase 3 mil pessoas das suas casas.
O governo do estado do Rio Grande do Sul anunciou uma estimativa de mais de R$ 19 bilhões para a reconstrução do estado. Já o Maranhão não possui uma estimativa. Contudo, os prejuízos materiais, a falta de perspectiva e os danos psicológicos podem tornar irreparáveis os traumas sofridos pela população.
O mundo tem falado sobre as emergências climáticas. O desmatamento em excesso, o consumo desenfreado e a emissão de gás carbônico têm sido um dos principais elementos do aquecimento global e do aceleramento da crise climática no planeta.
Segundo o relatório World Air Quality de 2023, Camaçari é a quarta cidade com o ar mais poluído do Brasil. A cidade que possui o maior polo industrial misto do Hemisfério Sul amarga pela ausência de uma agência reguladora do ar que fiscalize a emissão de carbono na atmosfera, de uma política de arborização da cidade, e de conservação do meio ambiente, inclusive das áreas de proteção ambiental, tão degradada pela especulação imobiliária e pelas indústrias, de forma irresponsável e sem punições severas.
Na cidade onde as pessoas sofrem com o “mau cheiro” vindo do polo, onde as crianças já nascem com problemas respiratórios e onde não se fala em educação ambiental ou plantio de árvores, precisamos falar sobre o desenvolvimento de forma sustentável. Não podemos continuar seguindo na contramão do mundo e ajudando a aprofundar uma crise climática que também poderá nos atingir.
Kaique Ara é professor de História e mestrando em Estado, Governo e Políticas Públicas.
*Este espaço é plural e tem o objetivo de garantir a difusão de ideias e pensamentos. Os artigos publicados neste ambiente buscam fomentar a liberdade de expressão e livre manifestação do autor(a), no entanto, não necessariamente representam a opinião do Destaque1.
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