Camaçari
Em assembleia, trabalhadores da Continental aprovam Acordo Coletivo 2024-2025
Entre os benefícios conquistados, está o ajuste da licença paternidade para cinco dias úteis.
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Isabella MotaO Sindicato dos Borracheiros de Camaçari, Salvador e Região Metropolitana (Sindborracha) realizou, na manhã desta sexta-feira (10), uma assembleia com os trabalhadores da Continental para apresentar e discutir o Acordo Coletivo 2024-2025. Aprovado em votação, o acordo passa a valer a partir de 1° de junho.
Após reuniões com a empresa, que iniciaram em março deste ano, o presidente do Sindborracha, Josué Pereira, destacou os embates nas negociações quanto ao aumento do vale-alimentação. De acordo com o sindicalista, a fábrica de pneus acataria um reajuste de R$ 20. Entretanto, a entidade renegociou pelo ticket de R$ 600, que representa um aumento de 11,1%. Antes, o benefício era de R$ 539.
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Dentre as mudanças propostas no Acordo Coletivo está o reembolso de medicamentos e da coparticipação no plano de saúde dos trabalhadores afastados por problemas de saúde.
Aqueles que estiverem afastados pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em até 150 dias e receberem menos que o salário pago pela Continental serão ressarcidos com a diferença salarial. Caso recebam acima do teto do INSS, de R$ 7.786,01, a empresa fará a complementação de até 9% do salário.
Josué celebrou o ajuste da licença paternidade para cinco dias úteis a partir de 1° de junho, frisou que se trata de uma medida que não é prevista pela legislação e falou sobre a importância da conquista.
“O dia de folga não contará mais como licença paternidade, isso será ponto do acordo coletivo, que está acima da legislação. Porque a legislação diz que são cinco dias corridos, e nós estamos trazendo aqui dois pontos que são conquistas e são melhores do que as que estão na lei”, ressaltou o presidente.
O sindicato também negociou a extensão do adicional noturno para 7h15 da manhã, a partir de maio de 2025. Está previsto na legislação que as empresas devem pagar até 5h da manhã.
O auxílio-creche, para mãe de crianças até dois anos, e o auxílio filho especial, que são, respectivamente R$ 400 e R$ 300, também será reajustados com base na inflação, conforme o Índice de Preços ao Consumidor (INPC), em junho de 2024 e 2025, além do prêmio férias entre R$ 2.800 e R$ 3.600, que será reajustado pelo INPC. Bonificações abaixo disso serão reajustadas em 15% do salário base.
A Participação em Lucros e Resultados (PLR) será de R$ 13.500, com antecipação de R$ 10.800. Em 2025, a PLR será reajustada para R$ 14.000, com antecipação de R$ 11.200.
Indústria de pneus nacional
Na quinta-feira (9), em Brasília, o presidente do Sindborracha apresentou para o Ministério do Trabalho e Emprego uma pauta sobre a indústria de pneus nacional. Conforme dados da Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP), no final de 2023, os pneus importados ocupavam 52% do mercado brasileiro, ao passo que os pneus nacionais teriam, no total, 48%.
Até maio deste ano, as vendas dos pneus importados cresceram em 5%, o que representa preocupação para a produção nacional, como explicou Josué. De acordo com ele, a “inovação dos pneus importados” deve afetar diretamente os trabalhadores, devido à queda da demanda, que pode levar a demissões.
O presidente da entidade apresentou os dados após a votação e justificou que decisão foi tomada para não induzir o resultado. Josué alertou ainda que, caso as vendas da produção brasileira cheguem a 30%, as consequências serão severas. “Nós só temos 43% do mercado, e o pessoal das indústrias que estavam lá [em Brasília] ontem, e a gente foi bem claro com o governo. Se chegar na casa de 30% no geral, vai fechar fábrica, e fechar fábrica é demissão para a gente. Vocês sabem quantos trabalhadores tem em lay-off hoje no Brasil? Na Pirelli de Feira de Santana, junto com a Bridgestone de Santo André, tem 2.017 trabalhadores em lay-off. Se esse mercado aqui não houver melhoria, quando esses companheiros voltarem, é rua!”, destacou.
Ao Destaque1, o presidente contou que, ao entrar em contato com a Secretário do Trabalho, foi solicitado o envio de um relatório detalhado sobre a situação da produção nacional frente ao crescimento do mercado importado. “Nós temos até o dia 15 para apresentar esse relatório, tanto os trabalhadores, o sindicato, quanto as empresas, que se comprometeram a levar a pauta para o presidente Lula e outros Ministérios, porque isso aqui envolve o Ministério do Trabalho, o Ministério do Meio Ambiente, Ministério da Fazenda, porque tem a ver com arrecadação fiscal, os impostos que pagam e deixam de ser pagos. Estamos aguardando o desenrolar disso aí”, revelou.
Em assembleia, Josué contou que o Sindborracha tem tentado fazer contato com o Governo do Estado, bem como protocolar solicitação de audiências públicas na Câmara dos Deputados sobre a pauta.
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