“Trabalhar pelo grupo, para o grupo e com o grupo”, enfatiza Tude sobre eleições 2024

Ex-prefeito de três mandatos, José Tude (União), aos 78 anos, é um político já consolidado em Camaçari. Idealizador dos eventos Camaforró e Camafolia, o vice-prefeito detém uma trajetória com mais de 40 anos de atuação política, e este ano concorrerá, pela primeira vez, a uma cadeira no Legislativo municipal.

Foto: Patrick Abreu/Destaque1

Parte do mesmo grupo político desde o ingresso na vida pública, José Eudoro Reis Tude frisa que prezará sempre por “trabalhar pelo grupo, para o grupo e com o grupo”. Antes do anúncio da pré-candidatura de Flávio Matos (União) para compor a chapa majoritária como prefeito nas eleições de 2024, Tude era um dos favoritos para o cargo, e enfatiza que, apesar das especulações de ser o mais votado, para ele, Flávio assumirá esse posto.

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O pré-candidato, que já foi deputado federal e estadual, diz enxergar a possibilidade de ser eleito como uma oportunidade de recompensar aos munícipes tudo o que Camaçari já ofertou de positivo. Ao Destaque1, Tude detalhou algumas das suas propostas de pré-campanha, falou sobre a corrida eleitoral, fez um balanço dos festejos juninos na cidade e contou sobre a criação do Espaço Camaçari 2000, realizada durante sua gestão.

Confira a entrevista:

Destaque1: Conhecida como a maior festa do município, o Camaforró foi uma criação do senhor, enquanto prefeito, que movimenta a economia de Camaçari. Esse foi um dos principais objetivos quando surgiu a ideia do evento?

José Tude: O Camaforró tem uma história que eu gostaria de contar aqui para vocês. As festas em Camaçari, elas eram realizadas na Praça Abrantes. Menina, quando terminava a festa, a praça estava arrasada, acabada, porque, natural, né, muita gente, não tinha a população que temos hoje em Camaçari, mas era muita gente que ia pra praça, São João… enfim, todas as festas convergiam para a Praça Abrantes. E aí, quando eu me elegi prefeito, eu comecei a olhar esse tipo de situação, e, naquela época, nós começamos a urbanizar muito Camaçari, e criamos a Avenida Comercial com duas pistas, que antigamente era uma pista apenas. Conseguimos viabilizar a Avenida Comercial, transferimos as festas de lá da Praça Abrantes para a Avenida Comercial, e um fato pitoresco é que nós bolamos a ideia de fazer dois palcos, um palco lá em cima, onde hoje existe o Atacadão, que na época era o Paes Mendonça, era o nome do supermercado, e outro palco próximo ao bairro Dois de Julho.

Então tocava um palco, todo mundo corria para lá. Parava a banda aqui, todo mundo voltava para cá. E o de cá já estava pronto com o som passado para a festa ter continuidade, e assim as coisas foram andando, quando eu decidi criar um espaço próprio para os eventos de modo geral em Camaçari, que foi esse lá, na nossa entrada da cidade, na nossa avenida principal da cidade, na entrada que é o Espaço Camaçari 2000. Criamos o Espaço Camaçari 2000 porque estavam invadindo aquela área no momento em que eu assumi a Prefeitura, quando ganhei as eleições para o outro grupo político.

Foto: Patrick Abreu/Destaque1

E aí nós criamos o espaço do Camaçari 2000, que também tem sua peculiaridade. Aquela guitarra que tem lá em cima, você já viu? Bom, então, a guitarra é o símbolo da nossa alegria, da nossa festa, da nossa satisfação, e aquela guitarra não é guitarra invertida, ou seja, é para quem é destro, ou seja, consegue tocar de uma forma diferente do que todos os outros guitarristas tocam. E eu, passando em Salvador uma vez, vi essa guitarra jogada com ferro velho, eu digo: “Pronto, é a guitarra que eu preciso para o espaço do Camaçari 2000, para o povo ver aquele símbolo de festa, de alegria, de felicidade”, e aí comprei a guitarra, trouxe para cá, para o Camaçari 2000, e aí nós recuperamos a guitarra toda e instalamos ali naquele pórtico de entrada do Espaço 2000. E daí, então, começamos a fazer as festas organizadas. Por que uma festa organizada? Uma festa organizada é muito melhor do que as desorganizadas. Para a segurança, para o desejo nosso em que o público seja satisfeito, para a questão de barracas, de barraqueiros, ambulantes que tenham um resultado financeiro melhor, o investimento que a Prefeitura faz, o retorno é esse: a satisfação da população, dos barraqueiros, dos ambulantes. A Polícia Militar consegue trabalhar melhor, o nosso juizado de menores, enfim, tudo funciona melhor quando a festa é organizada. E aí, então, eis que surge esse nome, ‘Camaforró’, o forró de Camaçari, que eu implantei há tempos atrás no nosso município.

D1: Na edição deste ano, o evento não aconteceu na data tradicional, foi de forma antecipada, em 13 de junho, quando normalmente ocorre nas vésperas do feriado de São João, comemorado no dia 24. Como o senhor avalia os resultados desta edição? Foram satisfatórios?

JT: Muito satisfatório, muito positivo. Quero aqui parabenizar o prefeito Elinaldo e toda equipe que montou a estrutura do Camaforró 2024. Porque, veja só, na data certa do São João, a competição para se contratar artistas de um modo geral é muito grande, e o cachê sobe muito, o cachê dos artistas nacionais de modo geral. E essa subida do cachê é algo que realmente complica às vezes, inclusive o horário dos artistas para estar se apresentando, então a decisão foi acertada, e conseguimos trazer grandes atrações. Uma das características do nossos eventos aqui em Camaçari lá no Espaço Camaçari 2000 é que a gente consegue ter com a população pra ver de graça, gratuitamente, gente, grandes nomes da música nacional e internacional, coisa que o povo não teria recurso necessário pra pagar grande shows. Então, essa antecipação foi válida, até porque hoje passei no Centro, na Rua Castro Alves, e “assim de gente” também já se preparando para os dias 23 e 24. Então, o São João continua! Aconteceu o Camaforró, em 13, 14 e 15, hoje nós estamos no dia 19, mas tudo continua, porque nos dias 23, 24 e 25 teremos também São João. Inclusive, na nossa orla de Camaçari, em toda a orla de Camaçari, nós vamos ter São João para a população de modo geral, seja em Camaçari, seja para aqueles que nos visitam.

Foto: Patrick Abreu/Destaque1

D1: Em 2024, o senhor concorrerá pela primeira vez ao pleito como vereador, e o senhor garantiu que defenderá o retorno do Camafolia, da Vaca Mecânica e a criação de uma universidade municipal. Além disso, quais outras propostas o senhor pretende defender no Legislativo, caso seja eleito?

JT: O Legislativo, ele legisla, como a palavra diz, o prefeito é quem realiza. Mas pela minha experiência de vida de ter sido prefeito três vezes em Camaçari, deputado federal e estadual, eu percebo aquilo que a população quer e deseja. A população quer que a Vaca Mecânica volte, a população quer que o Camafolia volte. O Camafolia, um detalhe também, era a abertura do Carnaval da Bahia, ou seja, os artistas todos preparavam suas músicas para o Carnaval de Salvador. O que acontece? Essas músicas dançavam aqui, no nosso Camafolia, então era algo, assim, sensacional, porque os grandes sucessos do Carnaval já eram lançados aqui em Camaçari.

Então, sugeri ao futuro prefeito e pré-candidato a prefeito Flávio Matos que retorne o Camafolia, a Vaca Mecânica, que crie uma faculdade municipal de tecnologia e inovação. Essa faculdade seria núcleo numa futura universidade municipal. O futuro que a gente imagina que possa acontecer, mas a primeira faculdade dessa universidade seria de tecnologia e inovação. Até porque nós já temos a Ufba, que foi o nosso grupo político que trouxe para Camaçari, a Uneb, que foi o nosso grupo político que trouxe para Camaçari, e também nós conseguimos viabilizar Senai Cimatec, de altíssima tecnologia, aqui em Camaçari. De modo que a gente pode juntar tudo isso e ofertar para nossa juventude algo inusitado, que é essa faculdade. Núcleo e o embrião de uma futura universidade municipal de tecnologia e inovação, que é um caminho do mundo de hoje, de muita tecnologia, muita coisa boa tem nessa área, nessa direção.

Camaçari é um celeiro! Nós temos aqui o Polo Petroquímico, nós temos as indústrias de pneus, nós temos tanta coisa interessante, principalmente nessa área de educação, que a gente precisa viabilizar oportunidades para nossos jovens, para a nossa juventude. Como vereador, pretendo ter essa oportunidade de realmente trabalhar mais pela população de Camaçari, devolver a Camaçari mais trabalho, daquilo que Camaçari já fez por mim, me elegendo prefeito três vezes, etc., e dar continuidade a esse trabalho fazendo com que os temas importantes para população em Camaçari, segurança, habitação emprego e renda, a gente consiga viabilizar para essa população através do nosso futuro prefeito, nosso pré-candidato a prefeito Flávio Matos.

D1: O senhor também tem uma atuação política no município de 45 anos, e este ano poderia concorrer pela quarta vez ao cargo de prefeito. Qual a avaliação do senhor sobre a escolha de Flávio Matos para compor a chapa majoritária? O senhor ficou de alguma forma ressentido com essa escolha?

Veja:

D1: Caso o senhor seja eleito vereador, como pretende liderar o governo na Câmara Municipal?

JT: Olha, veja só, essa questão futura é importante que realmente a gente comente nesses momentos agora, porque isso é que forma uma ideia, forma uma concepção de futuro. Então, vamos lá! Eu faço parte de um grupo, esse grupo escolheu o nosso Flávio Matos, o nosso presidente da Câmara, para ser nosso pré-candidato. Eu estou apoiando, vou seguir adiante. Muita gente chega pra mim nas ruas, fala: “Tude, você vai ser o mais votado”. Eu digo: “Olha, não quero ser o mais votado, eu quero que o mais votado seja o nosso candidato a prefeito, nosso pré-candidato a prefeito Flávio Matos, esse seja o mais votado”. Ao mesmo tempo, as pessoas falam: “Você vai ser o mais votado e vai ser o presidente da Câmara”. Será uma honra se isso acontecer, vou agradecer muito aos meus colegas, ao grupo político que eu faço parte, e quero corresponder, se caso isso venha a acontecer, com trabalho, com dedicação, com lealdade, enfim, e, principalmente, ajudar a população de Camaçari, que consiga alcançar melhores índices na suas vidas, na criação dos seus filhos, que possam realmente ter melhor qualidade de vida nesses próximos momentos aí adiante. De modo que, resumindo: aquilo que o político definir e decidir, Tude vai seguir.

D1: Caso seja eleito vereador e Flávio Matos não seja eleito prefeito, como será sua postura na Câmara enquanto o vereador de oposição?

JT: Você resumiu tudo nessa última palavra que você falou: “vereador de oposição”. Então, o que a gente precisa analisar, como eu analisei a participação do nosso político, vou avaliar também a posição nossa diante de um quadro político adverso, que eu não espero que aconteça e não desejo que aconteça. É exatamente o seguinte, veja só, eu vou ser eleito pelo povo, para trabalhar para o povo, pela população de Camaçari. Não vou ser eleito para ser uma pessoa que vai criar uma guerra. De jeito nenhum, certo? Eu sei o que é prefeito, sei muito bem como é que essas coisas andam e caminham, de modo que a gente tem que ter um diálogo, diálogo que seja mínimo ou seja amplo com um futuro prefeito, caso aconteça isso que você imaginou aí no início. Para que as propostas que a gente tenha, ele vá abraçar, ele vá seguir adiante, pelo bem da população. Nós temos que frisar sempre isso da população, que a gente tem que olhar, verificar, e temos que dar crédito de confiança para que inicie um processo e siga adiante, e que vá tendo compromissos cumpridos com a nossa população, com o nosso povo. De modo que serei oposição, mas não participarei de uma guerra contra um governo que venha se instalar. Principalmente verificando resultado das eleições, se as eleições forem limpas, forem corretas e certas, vamos seguir exatamente aquilo que o povo determina, aquilo que o povo quer. Sem alinhamento político, quero frisar isso, sem alinhamento político, mas defendendo os interesses da população de Camaçari.

D1: Para finalizar, fique à vontade para fazer as considerações finais.

Assista: