Educação
Universidades estaduais: há mais de um mês em greve, professores decidem continuar paralisação
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Carolina TorresCompletando 43 dias de greve, os professores das universidades estaduais se reuniram nesta segunda-feira (20) durante uma assembleia no campus da Universidade Estadual da Bahia (Uneb), em Salvador. No decorrer da discussão cerca de 30 docentes realizaram um comparativo com as propostas feitas pela classe e o que foi apresentado pelo governo. O ato contou com apenas um voto contrário ao término do movimento e optaram por dar continuidade a paralisação.
Ainda nesta segunda-feira (20), o governador do estado Rui Costa (PT) concedeu uma entrevista a uma rádio da capital baiana onde se posicionou sobre o assunto fazendo críticas a paralisação dos docentes. “Eu fui sindicalista por 15 anos e eu nunca vi ninguém começar uma greve antes da primeira rodada de negociação. Então isso mostra que a condução não é para chegar numa solução. A solução muita das vezes é para fortalecer determinadas lideranças partidárias e políticas que querem se firmar no movimento”, ressalta.
Segundo a Associação dos Docentes da Universidade do Estado da Bahia (Aduneb), o posicionamento do governador referente a paralisação é um desrespeito à categoria. “O gestor não conhece a realidade das universidades estaduais baianas”, pontua. A associação ainda completa afirmando que “os avanços, até o momento, não são considerados satisfatórios. Os docentes também reforçaram a necessidade de persistir na tentativa de negociação com o governador, assim como intensificar as atividades de mobilização e de diálogo com a sociedade”. A greve teve início do dia 9 de abril.
O gestor ainda falou sobre a sua trajetória de vida diante da educação enquanto cidadão e citou o ex-governador e atual senador, Jaques Wagner (PT) como um dos conhecedores do processo educacional baiano.
“Sempre estudei em escola pública, nunca estudei em escola particular. Então sei exatamente a importância e o valor da educação na vida das pessoas. Por isso mesmo tanto eu sei quanto, eu tenho que registrar, o ex-governador Jaques Wagner também tinha essa consciência que nós hoje. A Bahia está entre os três estados, é bom registrar isso, nós estamos entre os três estados do Brasil que mais investem em universidade, que investem em ensino superior. São quatro universidades”, expressa Rui Costa.
O Governo da Bahia divulgou a liberação de R$ 36 milhões a serem divididos entre as instituições da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uesf), Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), Universidade Estadual da Bahia (Uneb) e Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc). Os professores pedem um reajuste salarial e melhores condições de trabalho.
“Eu anunciei a nossa proposta que é investir R$ 36 milhões para as universidades. Coisa que nenhum estado está garantindo e garanti também a restruturação da carreira, ou seja permitindo mais 900 promoções das quatro universidades, 900 pessoas poderão ser promovidas com esta proposta que estamos fazendo. É o limite que eu posso fazer, mais do que isso não é possível fazer”, afirma o governador.
Reivindicação da classe
A categoria reivindica, por exemplo, a redução de carga horária; a destinação de, no mínimo, 7% da Receita Líquida de Impostos (RLI) do Estado da Bahia para o orçamento anual das universidades estaduais, que atualmente, esse índice é de aproximadamente 5%, segundo categoria; reposição integral da inflação do período de 2015 a 2017, em uma única parcela, com índice igual ou superior ao IPCA; e reajuste de 5,5% ao ano no salário base dos docentes para garantir a política de recuperação salarial, referente aos anos de 2015, 2016 e 2017.
Cumprimento dos direitos trabalhistas, a exemplo das promoções na carreira, progressões e mudança de regime de trabalho. Atualmente, conforme categoria, só na Uneb, mais de 400 professores possuem seus direitos à promoção negada pelo Estado; ampliação e desvinculação de vaga/classe do quadro de cargos de provimento permanente do Magistério Público das Universidades do Estado da Bahia.
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