Opinião
Superação, fé e alegria: a marca de todo brasileiro nas Olimpíadas do nosso dia a dia
É possível crer que todo brasileiro é, no fundo, um grande atleta olímpico.
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Fabio SenaParticipar dos Jogos Olímpicos é o auge da vida de uma atleta, conquistar uma medalha é o reconhecimento por todo o esforço, mas ganhar o ouro é ficar marcado para sempre na história do esporte.
O resumo dos feitos dos brasileiros em terras japonesas passa por Fernando Scheffer da natação, que treinou em um açude devido à pandemia antes de conquistar o bronze.
Daniel Cargnin teve Cristiano Ronaldo como inspiração na sua conquista no judô. Mayra Aguiar chegou à sua terceira medalha olímpica em três diferentes anos. Kelvin Hoefler, por sua vez, conquistou a primeira medalha brasileira nos Jogos de Tóquio.
Contudo, gostaria de falar um pouco mais sobre três conquistas marcantes do esporte nacional, pelas histórias de superação na vida e no esporte.
Superação como a de Rebeca Andrade, que passou por três cirurgias no joelho, é oriunda de família pobre, filha de empregada doméstica, com seis irmãos, criada sem a presença do pai e, além de tudo, é uma jovem negra praticando um esporte que até pouco tempo atrás não podia ser praticado por negros.
Diante de tudo isso, a atitude mais simples seria desistir. Porém, essa palavra parece não existir no dicionário da primeira ginasta brasileira a conquistar uma medalha na história das Olimpíadas.
Uma vitória que representa outras tantas atletas que muito fizeram pelo esporte nacional, como Daiane dos Santos, Daniela Hypólito e Jade Barbosa.
O Brasil todo pulou, sofreu com a angústia das notas, sorriu e chorou com a doce vitória de uma garota que mesmo com todas as adversidades escolheu sorrir para ser a inspiração para tantas outras Rebecas desse país.
No surf, veio o ouro com Ítalo Ferreira, um surfista que ganhou o mundo, e emocionou a todos por não esquecer das suas origens. Um atleta de alto rendimento que no maior momento da sua carreira agradeceu a Deus e lembrou da sua avó, Dona Mariquinha, falecida em 2019.
Com o lema “Diga amém que o ouro vem”, Ítalo deixou um exemplo de humildade e fé para todo o povo brasileiro. O menino que pegava ondas com prancha improvisada de uma tampa de isopor agora tem o mundo do surf aos seus pés, mas prefere lembrar e amar as coisas mais simples e importantes da vida, como o amor de sua avó.
E o que falar de Rayssa Leal, a fadinha do skate nacional. Ganhou a prata e os corações de mais de 6 milhões de seguidores nas redes sociais. Uma menina de 13 anos com uma maturidade de gente grande, que tem uma fala consciente e que se diverte com o seu melhor amigo, o skate. Uma menina que só queria praticar um esporte que diziam que apenas meninos poderiam praticar, uma garota que era fã de Letícia Bufoni e que de repente viu a sua ídola se tornar a sua fã número um. A menina de aparelhos nos dentes e sorriso estampado 24 horas por dia, que deixa o legado de que é possível praticar um esporte em alto nível e se divertir.
Rayssa fez lembrar Ronaldinho Gaúcho, que no auge da sua carreira divertia-se pelos campos do mundo sem perceber que era o melhor jogador de futebol do planeta.
Simplicidade, superação, fé, leveza e alegria. As qualidades dos nossos heróis olímpicos são as mesmas que carregam tantos brasileiros nas suas batalhas do dia a dia de um país cercado pela desigualdade social. É possível crer que todo brasileiro é, no fundo, um grande atleta olímpico.
Fabio Sena é administrador de empresas com pós-graduação em Gestão da Produção. Camaçariense com muito orgulho e fanático por futebol. @equipegolfc
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