Educação
Sindicatos e conselhos municipais defendem que é preciso ter cautela para definir retorno das aulas presenciais
A proposta de retorno no dia 2 de agosto será colocada em votação pelos conselhos e sindicatos, em assembleias a serem realizadas na próxima semana.
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Camila São JoséAs aulas presenciais em Camaçari devem retornar no segundo semestre. Para rede pública municipal, a proposta levantada pelo governo é 2 de agosto. A data será apresentada aos profissionais de educação e colocada em votação pelos conselhos e sindicatos, em assembleias a serem realizadas na próxima semana. As escolas da rede particular irão voltar de maneira semipresencial já no dia 19 de julho. A determinação é que a retomada em ambos os casos seja de maneira escalonada.
A prefeitura defende o retorno das aulas com base no atual cenário epidemiológico, que segundo o secretário de Saúde, Elias Natan, tem sido “animador, mas temporário”, com diminuição dos casos de Covid-19, taxa de ocupação de leitos em torno de 60% e previsão de vacinação de 50% dos profissionais de educação com a segunda dose até o dia 30 de julho. A gestão ainda avalia o período pós festejos juninos para assegurar a possibilidade de retorno.
No entanto, representantes da categoria apontam que é preciso ter cautela. “A gente precisa pensar em algo planejado, vamos planejar. Como é que a gente vai trazer as crianças? Como é que a gente vai fazer para não termos evasão [escolar]?”, questionou Márica Novaes, presidente do Sindicato dos Professores e Professoras da Rede Pública Municipal de Camaçari (Sispec), em reunião realizada nesta sexta-feira (9) no gabinete do prefeito Elinaldo Araújo (DEM).
“Acredito eu que ainda é cedo, apesar dos números estarem declinando acho que ainda tem que ter uma certa cautela e cuidado para não ocorrer de amanhã retornar a suspender”, destacou o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Camaçari (Sindsec), Sinval Cerqueira.
A presidente do Conselho Municipal de Educação, Lenieverson Santos, cobrou a elaboração de um plano de retomada com base na realidade escolar de cada unidade e mesmo diante daquilo que define como um grande prejuízo de aprendizagem para os estudantes, a educadora acredita que é necessário todo o cuidado diante da pandemia.
“Outra coisa que é necessária além do protocolo sanitário é o protocolo pedagógico”, disse. “Esse retorno é na totalidade? É um retorno com escalonamento de turmas, como é isso? A gente precisa saber, porque eu preciso levar essas dúvidas que foram discutidas aqui para que a gente, enquanto conselheiros, possa também, se a decisão for de voltar, que seja uma decisão unânime”.
Outro ponto levantado pela conselheira é a preocupação com a saúde dos alunos e profissionais, que envolve a Covid-19 e outras doenças. “Uma coisa que a gente vem se preocupando muito: como receber esses estudantes pela questão socioemocional, como receber esses profissionais? Mas, também, a gente precisa ter um olhar para os nossos gestores, para os nossos coordenadores pedagógicos, os nossos secretários escolares que estão na linha de frente desde o início da pandemia”.
“Qualquer notícia tem gerado um pânico terrível em quem não quer voltar e, principalmente, aí eu falo dos professores e da categoria de educação […] e não é só questão de trabalha ou não trabalha, muito pelo contrário, é por todas as questões psicológicas que a pandemia envolve: morte de pessoas, morte de parentes, pessoas que já estiveram contaminadas e estão sentindo na pele os sintomas. Então, todo mundo está com medo e sabe que escola com menino é escola cheia, e escola cheia a probabilidade de contaminação é grande. Então, a gente não precisa de muita ciência pra saber que isso é um fato. Isso também não quer dizer que a gente deve recuar a partir da volta, pelo contrário, se entende os prejuízos pedagógicos. Então, é uma zona difícil de equacionar. Fato é que a gente já experimentou até então o não retorno, tem que se experimentar o retorno, agora nas condições que dê para sustentar e argumentar”, analisou o presidente do Fundeb, Juipurema Sandes.
Sindicatos e conselhos municipais farão uma nova reunião com o prefeito Elinaldo, a secretária de Educação, Neurilene Martins, e o secretário de Saúde na próxima sexta-feira, 16 de julho, para apresentação de contraproposta e decisão de uma data de retorno.
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