De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há dez anos Camaçari tinha 75.325 crianças e adolescentes entre 0 e 17 anos, quando a população total do município estava em 242.970. O instituto também estima que este ano o número geral tenha saltado para 304.302 moradores.
Inaugurado em 27 de setembro de 2018, o Centro de Atenção à Saúde da Criança (Casc) realizou 79.359 atendimentos durante os dois anos e três meses de funcionamento, sendo 70.751 na UPA Pediátrica e 8.608 na Policlínica.
Entretanto, o Casc foi implantado na antiga Unidade de Pronto Atendimento Nova Aliança, no Phoc I, onde a resposta das urnas no pleito de novembro não foi positiva ao governo municipal. Os bairros próximos à unidade são extremamente populosos e considerados colégios eleitorais estratégicos; o fato é que, nas urnas, a gestão perdeu na região dos Phocs.
Por isso, setores do governo defendem que o local volte a oferecer o atendimento de emergência a crianças e adultos. “É a resposta da população, é preciso ouvir”, confidenciou uma fonte do governo, ao atribuir o resultado eleitoral na região à mudança de modelo de atendimento na UPA Nova Aliança.
Como em política é fundamental entregar a carne sem matar o boi, os defensores da proposta sugerem que o governo empreenda a criação do Hospital da Criança no imóvel do antigo Hospital da Mulher, no Parque Verde I, para que o público infantil siga com atendimento médico especializado e exclusivo. Recentemente, o prédio abrigou o Centro Intermediário de Enfretamento ao Coronavírus.
A leitura do cenário político dos defensores da proposta está corretíssima, bem como a medida encontrada para resolver a questão e até ampliar os benefícios à sociedade camaçariense.
Sensível às realidades do público infantil, é muito provável que o prefeito Elinaldo Araújo ouça e analise as sugestões com muita atenção. Afinal, nunca é tarde para dar um passo atrás, especialmente quando é possível dar dois para frente.

Lenielson Pita é jornalista e editor do Destaque1