Durante assinatura de ordem de serviço da primeira Policlínica Regional de Saúde de Camaçari, nesta terça-feira (24), o governador Jerônimo Rodrigues (PT) afirmou que, apesar das divergências políticas e do desalinhamento com a Prefeitura de Camaçari, não endossa “divisões”. O petista afirma ter convidado o prefeito Elinaldo Araújo (União) e o secretário de Saúde, Luiz Duplat, que não compareceram.
“O prefeito e o secretário foram convidados. Se não pôde vir, eu não posso responder, respondo pelos que aqui estão”, disparou o governador.
“Eu, aqui em Camaçari, eu tenho palanque, eu tenho candidato, eu tenho um companheiro meu que foi meu secretário de confiança, que é Caetano. Mas, inclusive, eu cobrei, perguntei: ‘E aí, secretária [de Saúde, Roberta Santana], convidou o prefeito? Convidou o secretário de Saúde?’ Foi convidado. Eu dou minha resposta. Eu convidei”, acrescentou Jerônimo durante coletiva de imprensa.
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Jerônimo ainda disse que, caso os políticos comparecessem, garantiria que os eleitores petistas mantivessem o respeito diante da presença das autoridades. “Se viessem eu falaria, se viessem eu garantiria que ninguém iria vaiar, porque, se vaiassem, eu iria impedir, porque o palanque é meu, não é municipal, o palanque é do estado. Então, sempre como Lula faz quando os governadores vão, que não são do time dele, ele pede o respeito das pessoas. Eu pediria tranquilamente aqui”, contou o político.
Com previsão de conclusão em 12 meses, a Policlínica tem investimento de R$ 26,6 milhões e é a primeira do país a ser construída com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Seleções, do governo federal. O anúncio da construção foi feito em março deste ano, quando o programa foi lançado.

Em discurso, ao tecer críticas sobre a atenção à saúde básica municipal, o governador afirmou que é preciso que os governos municipal, estadual e federal façam “sua parte”. “Se o prefeito fizer a sua parte, o Estado fizer sua parte e a União fizer a sua parte, a gente chega em um lugar adequado de alguém dizer que precisa, e tem serviço”, declarou.
O Estado tem sido alvo de críticas devido ao sistema de regulação do Hospital Geral de Camaçari (HGC), que, desde dezembro de 2020, atendia exclusivamente de forma referenciada, o que causava sobrecarga no sistema municipal de saúde, devido à fila de espera, conforme alertavam as autoridades da Saúde municipal. Em abril, o HGC retomou o atendimento para urgência e emergência por demanda espontânea.

A Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), no entanto, afirma que a população procurava o HGC para realização de atendimentos de baixa complexidade, devido à “oferta reduzida de serviços de saúde” pela rede básica, nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) municipais e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).
“Aqui em Camaçari, se fosse um município pobre, eu iria dizer: ‘Venha cá, prefeito, toma aqui o dinheiro e constrói o hospital’. Mas não é um município pobre. O que eu posso dizer é o seguinte: ‘Faça o hospital, funcione, que a gente [Estado] paga o serviço de vocês, pra ajudar a manter o hospital”, disse o governador.