Abrindo as celebrações do Festival de Arembepe, na Arena Principal (palco Katita), na noite deste sábado (29), a banda Samba do Litoral (SDL) colocou o público para dançar. Exemplo disso foi a aposentada Jacira Salomão, de 72 anos, que saiu de Mussurunga, a cerca de 30 km de distância da orla de Camaçari, com um único objetivo, curtir o samba. Na companhia de familiares, dona Jacira requebrou até o último acorde. “Eu amo festa, brincar, dançar. Eu vou e danço até o chão, meu filho até fica com vergonha e reclama”, disse a foliã, sem parar de remexer com o sambinha.

Mais uma vez marcando presença no evento, o vocalista da banda, Egberto Brutus, já acumula muitos anos no palco. Ele celebrou o espaço que os artistas locais estão ganhando cada vez mais na cena cultural.
“Para a gente é um sentimento de felicidade. Somos crias de Arembepe, temos já alguns anos de existência, e fazer parte desse calendário aqui, que é o Festival de Arembepe, não tenho palavras pra agradecer”, vibrou o músico em entrevista ao Destaque1. “Quem curtir o SDL hoje vai curtir muito pagode, muito samba, muito sertanejo, um pagode romântico, mas também aquele samba de roda gostoso da Bahia que só a gente sabe fazer e não pode faltar”, acrescentou.
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Promessa é dívida, e o pagamento veio à altura do festival. O repertório incluiu grandes sucessos conhecidos pelo público, como “Vida Cigana” e “Maravilha”, da banda Raça Negra, acompanhados pelas vozes da galera. “Recordar é viver”, disse o cantor em meio à apresentação no Palco Katita. Ao som de “Na boquinha da garrafa” e “Segura o Tchan”, do grupo É O Tchan, o público foi à loucura, e ao chão, é claro.
O público curtiu, dançou e se emocionou. Com as mãos no peito, a capoeirista Edna Santos, de 52 anos, cantou a plenos pulmões a canção “Pela vida inteira”, do grupo Jeito Moleque. “É emocionante, eu venho todo ano e eu amo isso aqui. Tanto que minha filha está construindo uma casa em Jacuípe para a gente ficar mais perto. Quando tiver esses eventos, a gente está aqui”, destacou.

A paixão pela festa na orla de Camaçari arrastou até mesmo o namorado Vivaldo Nascimento, de 50 anos. “Estou achando ótimo. Quem não gosta de um sambinha?”, disse, alegre, prestigiando pela primeira vez o Festival de Arembepe.

Outra velha conhecida do festejo é a atendente Letícia dos Santos, 37 anos, que foi acompanhada das amigas para a Arena. “O Festival de Arembepe é só coisa boa, muito divulgado, não tem como ficar de fora. São muitos cantores bons, muitas pessoas maravilhosas. Vim cedinho para pegar o samba de raiz”, contou, entre um gingado e outro, prometendo dançar até o final da primeira de festa.