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Que diabos lhe pariu
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Edvaldo Jr.É bem verdade que as ideias conservadoras, ditatoriais e fascistas sempre encantaram parte significativa da sociedade Brasileira, até porque, diferente das demais nações latino americanas, a formação nacional nunca experimentou a liberdade como valor absoluto. A liberdade fora sempre construída a partir de conchavos e acordos elitistas à quem se reservara o direito de se manter no poder.
Se fizermos um esforço de mergulhar no século XIX veremos que, enquanto os demais países da América Latina se libertavam do absolutismo imperialista das grandes potências Europeias estabelecendo a sua própria república, o Brasil se constituía como república absolutista, onde o poder moderador do Imperador “Pedrinho” conservava o modelo tradicional de sociedade e garantia aos donos do poder alguma segurança. Não à toa o ator Pedro Cardoso esbravejou em entrevista à TV portuguesa: “o que vemos no Brasil é uma disputa entre os descendentes dos senhores de escravos lutando para preservar seus privilégios, e os descendentes dos negros escravizados no Brasil lutando para garantir algum direito negligenciado por 500 anos”.
O processo eleitoral de outubro deste ano evidencia um permanente desejo das elites locais de permanecer em persistente vantagem sobre os demais Brasileiros. O Messias é o que há de mais esdrúxulo, evidenciando em si um país muito mais perverso que o já experimentado por homens e mulheres. Jair Bolsonaro, o “MITO”, como é chamado pelos seus correligionários, é o resultado do desmando e da irresponsabilidade da política tradicional, de um judiciário que se estabelece como sendo a própria lei, aliado a uma imprensa distópica e descompromissada que juntos conduziram o país para os braços de um facínora que nos promete a ausência de diálogo para solucionar os conflitos, negando a política, esvaziando a democracia e fragilizando a república.
Para Jessé de Souza, “a luta das classes por privilégios e distinção logrou construir alianças e preconceitos que esclarecem, melhor que qualquer outra coisa, o padrão histórico que se repete nas lutas políticas do Brasil atual”. Tal aliança consiste numa reforma da gestão pública no sentido de atender os interesses do mercado. Fragmentando as unidades públicas sem qualquer preocupação com as questões políticas de interesse no reforço da qualidade democrática, nem com a perspectiva de desenvolver o cidadão.
A crise política iniciada em 2015 inventou o golpe, que por sua vez construiu a extrema direita, que em seguida inventou uma mentira e plantou o medo para consolidar um projeto político de estranheza, policialesco e violento.
Nesse sentido se faz urgente a crítica às ideias que parecem ser dominantes. Combatê-las é iniciar a um processo de diluição da idiotia e imbecilidade ao qual fomos submetidos. É necessário que velhos paradigmas sejam superados. As velhas formas precisam ser superadas, um novo modelo capaz de alcançar as valores democráticos e republicanos precisam aparecer, senão tão logo estaremos jogados de vez no colo do neofascismo.
Edvaldo Jr., historiador, pós-graduando em Direito Público Municipal, professor e palestrante. Escreve as terças a cada duas semanas.
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A dança das cadeiras
Marcos Rosário
27 de novembro de 2018 at 21:29
Muito massa !
Enquanto os “escravos” não entenderem que estão escravizados por uma ideologia atrasada e a reparação social não existe com obrigatoriedade para um população oprimida pela minoria, estaremos fadado ao retrocesso social.