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Projeto ‘30 de Nós’ chega à terceira edição celebrando a realeza do povo negro
Exposição é de autoria da fotógrafa Fernanda Maia.
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Camila São JoséÉ sobre reconhecimento, estética, colorismo, pluralidade e autoamor. Assim a fotógrafa camaçariense Fernanda Maia define o projeto autoral “30 de Nós”, que em 2022 chega à sua terceira edição celebrando a realeza negra.
A produção deste ano coincidiu com a morte da Rainha Elizabeth II, o que, na visão da fotógrafa, levantou ainda mais questionamentos e discussões dentro do movimento negro sobre realezas e distribuição de poder. “Tipo, rainha de quem? Onde nasce essa ideia de poder? E lembrar que nós também descendemos de reis e rainhas, não são só os estereótipos brancos e toda essa história que a gente já conhece que podem carregar essa ideia”, pontua em entrevista ao Destaque1.
A mostra fotográfica virtual marca as comemorações e reflexões acerca do Novembro Negro, mês dedicado à consciência negra, e desde o dia 1º de novembro traz fotos de pessoas negras e suas histórias. Até o dia 30, o público poderá acompanhar as fotografias, se emocionar e se intrigar com os relatos publicados na página de Fernanda Maia no Instagram.
A exposição começou com Dona Jandira Conceição, 91 anos, avó de muitos netos, apaixonada pelo samba e devota de Santo Antônio. De lá para cá, as fotos continuam apresentando mulheres, homens, crianças e as suas relações com a raça.
O processo de seleção e escolha dos personagens que compuseram o “30 de Nós” foi pautado na diversidade. Fernanda Maia explica que a ideia é mostrar que a população negra é múltipla e diversa a partir dos diferentes tipos de cabelo, tons de pele, ocupação social e profissional, indo de pessoas com posição de notoriedade no meio artístico, por exemplo, às mais simples.
“É muito pautado nesta questão da diversidade, para que quando outras pessoas vejam possam se reconhecer por algum dado que aquela pessoa carrega”, pontua.
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A edição de 2022 conta com a parceria do artista plástico e decorador Deo Senna, responsável pela criação das coroas naturais das realezas que compõem o projeto.
“Também fazendo o recorte para o uso de coroas de materiais naturais, que é a nossa verdadeira riqueza. Essa riqueza do ouro e das pedrarias, ela é real, obviamente, mas ela é uma grande fachada, porque no fim das contas é da natureza que a gente extrai os recursos”, diz Fernanda Maia.
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Devido à agenda, a exposição fotográfica deu uma pausa nos últimos dias e será retomada em 20 de novembro, próximo domingo, no Dia da Consciência Negra. A partir dessa data serão liberadas duas fotos por dia até 30 de novembro.
O “30 de Nós” nasceu em 2017. A segunda edição, em 2018, trouxe como tema “Jovem Negro Vivo”, e este ano, diante das crises no campo das batalhas sociais e luta pelo fim da barbárie, a fotógrafa quer apresentar ao mundo uma nova versão do projeto.
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